terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Valores Não Podem Cingir-se aos Cifrões

Num local onde se trabalha para a dignificação da Pessoa Humana, Jardim mostrou-se preocupado com o futuro de uma Europa que está a perder a sua identidade e os valores humanitários. Presente no 83º aniversário dos BVM, disse que os valores e princípios humanitários não podem ser preteridos pelos cifrões.
Alberto João Jardim disse ontem, na cerimónia do 83º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, sentir-se bem, naquele local, onde se trabalha para a dignificação da Pessoa Humana. O presidente do Governo Regional mostrava-se preocupado com o futuro de uma Europa que «trabalha pouco, que produz menos, que deixa sair as suas empresas, que cria desemprego no território europeu, que está a perder a sua identidade e valores humanitários e de dignidade pela Pessoa Humana».
Salientando não ter medo do conflito de gerações nem de mudança, disse recear, no entanto, que as próximas gerações dêem «cabo dos valores e princípios e valores que cimentaram, fizeram crescer e deram força a esta sociedade».
Lamentou que, no mundo ocidental, a economia tivesse tomado conta de tudo, só se pensava em fazer as coisas se dessem lucro. «O que era humanitário e acção social, não se lhes reconhecia valor. O mundo passou a agir e a pensar em termos de cifrões. O progresso da humanidade não pode ser apenas a partir da economia. Tem também de assentar em valores da cultura, da educação, do social, porque se são valores que não rendem imediatamente lucro, o bem-estar a qualidade de vida que dão a uma população, esses valores vão representar muito mais lucro para uma sociedade do que aqueles que são aferidos apenas em termos económico-financeiros».
Jardim dirigiu ainda reconhecimento aos bombeiros que contribuem para a dignificação humana e que salvaram vidas. Desejou ainda aos presentes «um bom natal e feliz ano, para cada um de vós e vossas famílias e que Deus vos pague pelo bem que têm sabido fazer».
A outro nível, governante comentou que «o nosso País dá a impressão de estar à procura de rumo». Salientando que não é «derrotista, nem daqueles que acredito que não há soluções», o responsável disse ser «daqueles que sei quais são as soluções que têm de ser assumidas».
Para Jardim, «é preciso uma grande força de vontade, de se acabar com egoísmos, com a preguiça, é, como diz o povo, arregaçar as mangas quando as coisas não estão a correr bem». E tem sido isso – arregaçar as mangas – que os seus governos têm feito ao longo dos anos pela Madeira, realçou.
Já o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, elogiou a acção desenvolvida pela associação madeirense, «um exemplo demonstrativo do potencial que os bombeiros representam na sociedade portuguesa».
O responsável pronunciou-se ainda sobre «o apreço que a Liga tem pelo avanço que aqui registamos comparativamente com as muitas batalhas que ainda estamos a travar no continente, para atingirmos nalguns municípios e zonas do continente, o apoio, dedicação e solidificação que aqui as estruturas de bombeiros demonstram».
Por sua vez, o responsável pela Associação Humanitária dos Bombeiros, Carlos Machado, regozijou-se pelo trabalho que, ao longo dos anos tem sido concretizado, mas, reconheceu «que há ainda muito por fazer porque as instituições e solicitações são cada vez mais difíceis de solucionar, exigem melhores meios técnicos, material e pessoal».
Na cerimónia, de salientar que Armando Abreu recebeu a medalha de 25 de assiduidade e dedicação à Associação, entre outros que foram também distinguidos.

BVM prestaram 7.193 saídas em socorros
O comandante dos Bombeiros Voluntários da Madeira apresentou, em números, o trabalho desenvolvido pelos soldados da paz, no cumprimento da sua missão. «A evolução da prestação de serviço por parte do corpo de bombeiros deve ser tema de reflexão. No corrente ano, ao nível do primeiro, segundo e terceiro socorro, prestámos 7193 saídas, 112 para fogo urbano, 121 para acidentes/resgates em montanha, 5162 saídas para emergência pré-hospitalar, outras intervenções, inundações, desobstrução de estradas, resgates em montanha, etc, foram 625 e, em logística, foram 1163». A estes números, acrescenta-se ainda as 187 acções de formação interna e externa, que totalizaram mais de 300 horas.
«Continuamos apostados em dar cada vez mais o nosso melhor em favor desta nobre causa que é o socorro, a emergência, da solidariedade à população no geral». O comandante dos BVM dirigiu-se ainda aos mais de vinte novos bombeiros, que fizeram ontem o seu compromisso de honra. Agradeceu ainda ao Governo Regional e à Câmara Municipal do Funchal pelo apoio dado à corporação ao longo dos anos.
O plano operacional no âmbito do socorro no Funchal, entre os Bombeiros Municipais e «esta cooperação, coordenada pelo Serviço de Protecção Civil, tem-se pautado por uma resposta rápida, segura e com qualidade aos funchalenses», disse por outro lado, assumindo ainda o compromisso de «enfrentar os desafios do presente e do futuro com determinação, responsabilidade participativa».
Jornal da Madeira

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