sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Faleceu o «Voluntário de Corpo e Alma»

Faleceu um dos mais carismáticos comandantes dos Bombeiros Voluntários Famalicenses. Aníbal Oliveira contava 87 anos. Recordado como «um voluntário de corpo e alma» que fez da corporação que serviu a razão da sua própria vida, a morte de Aníbal Oliveira é «uma grande perda» para os bombeiros em geral.
Centenas de pessoas participaram na última homenagem ao carismático comandante honorário dos Bombeiros Voluntários Famalicenses. Aníbal Oliveira, de 87 anos, faleceu na passada quinta-feira, vítima de doença prolongada.
Amândio Carvalho, presidente da Assembleia Geral da corporação, diz que a notícia do falecimento de Aníbal Oliveira representa uma grande perda para os bombeiros em geral e recorda os atributos do comandante. «Era um voluntário de corpo e alma», afirma o dirigente, sublinhando a sua total dedicação à causa do voluntariado. «Era um homem totalmente dedicado aos seus bombeiros, que marcou uma época, não só no concelho e nos Famalicenses, como também no distrito.
Era ainda prestigiado a nível nacional», refere Amândio Carvalho, sustentando que a integridade e lucidez de Aníbal Oliveira é ainda lembrada pela forma como decidiu passar o testemunho na direcção do corpo activo. «Merece de todos nós o maior respeito, carinho e uma grande admiração. Deixa muitas saudades a esta casa e também a todos os bombeiros», apontou, endereçando os sentimentos à família do comandante.
Nascido a 9 de Outubro de 1922, Aníbal Oliveira alistou-se como voluntário nos Famalicenses em Setembro de 1945, pela mão de Fernando Azevedo, então Ajudante de Comando. Em apenas quatro anos a sua influência no interior da corporação aumentou ao assumir o papel de Chefe dos Motoristas, no início do ano de 1959. Nessa altura, as suas qualidades de orientação e liderança sobressairam e no deflagrar da crise de 1959 foi nomeado 1º Comandante, no decorrer de uma reunião da Direcção, à altura presidida por Amadeu Mesquita, cuja proposta foi aprovada por unanimidade.
Era o ponto de partida para uma ligação longínqua, de várias décadas, na qual Aníbal Oliveira fez dos Bombeiros Famalicenses a razão da sua própria vida. Pôs a casa em ordem, deu um novo incremento ao corpo activo e, em colaboração com a direcção, encetou a tarefa da renovação e modernização do material e equipamento de combate a incêndios.
Foi um dos que encabeçou a ideia da construção do quartel novo para a corporação, até então instalada na Avenida Adriano Pinto Basto, tendo sido uma das alavancas decisivas para o arranque desse projecto.
«Homem de têmpera, fez questão de ostentar os galões de Comandante por absoluto mérito e devotou-se a estudar, a aperfeiçoar, a compor um perfil que o impôs como Bombeiro de excepção no conceito de seus pares», pode-se ler no livro de honra da corporação de “cima”.
O seu desempenho foi reconhecido por todos, sendo distinguido com todas as condecorações que «um voluntário pode almejar». A atribuição do crachá de ouro da Liga de Bombeiros Portugueses, entre outras distinções, coroou a sua brilhante e invulgar folha de serviço.
A sete de Fevereiro de 1998 passou para o quadro de honra dos Bombeiros Famalicenses, sendo comandante honorário. «Nunca se deixou deslumbrar nem se ensoberbeceu». Aliás, as distinções e as condecorações com que foi honrado partilhou-as com a corporação e com os seus bombeiros, porque sempre entendeu que o prestígio que atingiu não era mais do que reflexo do prestígio dos Famalicenses.
O carinho que a corporação nutre por Aníbal Oliveira espelha-se no livro de honra que compara o comandante Aníbal ao Studebaker, o carro número 1 da instituição. «Não falta à chamada, é amado pelos Bombeiros e prestigia a associação. O Studebaker é o carro nº 1, o comandante Aníbal é o bombeiro nº 1».
O corpo do comandante honorário esteve em câmara ardente no quartel dos Bombeiros Voluntários Famalicenses, de onde saiu para as celebrações fúnebres na Igreja Matriz Velha.
Diversas personalidades ligadas aos bombeiros de todo o país, a par de centenas de pessoas participaram no último adeus ao eterno comandante, que foi a sepultar no cemitério municipal. A missa de sétimo dia é celebrada no próximo sábado, dia 12 de Dezembro, pelas 19h15, na Igreja Matriz Nova.
Cidade de Hoje

1 comentário:

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