Situado numa zona de alto risco sísmico e com solos de níveis freáticos elevados, a incorporação destas técnicas anti-sismo na obra custaram à corporação uns adicionais 125 mil euros para além do milhão de euros atribuído em conjunto pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e Câmara Municipal de Benavente.
Além dos 125 mil euros a associação vai ainda ter de suportar outros 150 mil euros para equipar e rechear o novo quartel, ficando com um encargo total de quase 300 mil euros, verba que a associação dos bombeiros de Samora Correia espera pagar através da venda do terreno onde se situa o antigo quartel e para o qual já existe um contrato de promessa de compra e venda.
“Achámos que ao fazer de raiz um novo quartel de bombeiros numa zona de elevado risco sísmico seria de todo o interesse incorporar uma construção que suportasse esse cenário e que ficasse de pé quando tudo o resto caísse, porque seremos responsáveis por prestar todo o socorro e auxílio necessário quando isso acontecer”, explica Miguel Cardia, comandante da corporação a O MIRANTE.
Para o projecto de engenharia anti-sísmica do novo quartel contribuíram os professores Carlos Sousa Oliveira e Mário Lopes do Instituto Superior Técnico de Lisboa.
“Depois da realização de um estudo geotécnico ao terreno verificou-se que o nível freático era muito elevado e que, em caso de sismo, o edifício ruiria de imediato num pantanal por isso as fundações foram feitas através de um conjunto de 71 estacas que estão colocadas até 25 metros de profundidade que lhe dão uma protecção adicional contra qualquer situação”, revela Miguel Cardia. “Não conheço nenhum quartel no país que seja como este em que até as paredes duplas estão unidas entre si para evitar derrocadas. No futuro todos os edifícios vitais (polícia, bombeiros, hospitais) serão construídos assim”, conclui.
O novo quartel terá três camaratas que permitirão a permanência de 30 soldados da paz. O espaço está pro-jectado para acolher 22 viaturas, sala de convívio e oficina. A estrutura já respeita os recentes padrões de segurança internacionais, situando-se fora dos grandes aglomerados urbanos, num terreno junto ao estaleiro da Câmara Municipal de Benavente, à beira da Estrada Nacional 118, em Samora Correia.
As obras do novo quartel iniciaram-se a 17 de Novembro de 2008 e quando estiverem concluídas avança o projecto do novo heliporto que vai nascer num terreno contíguo. “Já temos um parecer favorável do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) e o projecto para o heliporto irá avançar logo que as obras de construção do quartel estiverem concluídas”, refere o nosso interloculor.
O Mirante
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