Um homem epiléptico de 42 anos sentiu-se mal, terça-feira (como aqui foi já noticiado), em Lisboa, e ficou mais de uma hora à espera de assistência médica. A chamada para o 112 foi feita às 12h20 e a triagem do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) determinou que não se estava perante uma emergência.
Assim, segundo o INEM explicou ao tvi24.pt, o CODU «aconselhou o contacto com um corpo de bombeiros para eventual transporte a uma unidade hospitalar». O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, que não tem serviço ambulatório, ligou aos Bombeiros Voluntários, que garantiram não ter nenhuma ambulância disponível. E a espera continuou.
Com nova chamada para o 112 às 13h40 devido ao «agravamento da dor abdominal do doente», o CODU enviou uma mota ao local, confirmando que o homem de 42 anos não necessitava de ir ao hospital.
Fonte do Regimento garantiu ao tvi24.pt que este é apenas um caso «entre dezenas, num só dia». «O INEM dá o nosso número às pessoas quando acha que não é urgente. Como não temos ambulâncias, não nos importamos de fazer a ligação com os Voluntários, para as pessoas não terem de fazer muitas chamadas. Quando eles não têm ambulâncias, pedimos para aguardarem e para insistirem no 112 se for necessário», revelou.
Quando não há emergência, que, segundo o INEM, pressupõe «critérios de perigo de vida ou que pusessem em causa uma função vital do doente», estas são as opções dadas aos lisboetas: desistir, esperar ou arranjar forma de chegar ao hospital pelos seus próprios meios.
«Sempre que se está perante uma situação de risco iminente de vida, os CODU do INEM procedem ao envio das ambulâncias de socorro/emergência. Quando se está perante uma situação em que o doente não corre perigo iminente de vida são dadas alternativas ao contactante, para que seja efectuado um outro tipo de transporte. Não é possível que exista uma ambulância para cada pessoa», explicou fonte do INEM.
No entanto, para a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais os casos não-emergentes também «são da responsabilidade máxima do INEM». «O serviço de ambulâncias é uma vergonha, há dezenas desses casos. O INEM presta um mau serviço», criticou o presidente da ANBP, ouvido pelo tvi24.pt.
Fernando Curto pede mais ambulâncias de transporte para os bombeiros e exige que, nas seis corporações de Voluntários de Lisboa, haja pelo menos uma ambulância de reserva. «Nós não andamos em guerra com o INEM, mas na maioria das vezes eles têm uma posição altiva e arrogante. Todos dão força ao INEM, mas nós, bombeiros, também por inoperância nossa, andamos a sofrer», afirmou.
Confrontado com as críticas do presidente da ANBP, o gabinete de comunicação do INEM preferiu não responder através da comunicação social.
IOL Diário
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