A Polícia Judiciária do Porto está a tentar identificar o autor de um misterioso telefonema para o 112 a denunciar o incêndio que, anteontem, terça-feira, vitimou um casal de ourives, na sequência de tentativa de assalto.
Ao que apurou o JN, os investigadores pretendem saber se a pessoa em causa está na posse de mais informações que possam ajudar a apurar os contornos do caso. Nesta altura não há suspeitos do crime, que terá começado com uma tentativa de arrombamento de um cofre-forte na residência do casal, de 82 e 81 anos, em Fregim, Amarante.
A chamada telefónica de emergência terá sido efectuada a partir de uma cabina pública e foi remetida aos bombeiros, tendo sido um dos alertas para o incêndio daquela residência, na madrugada de anteontem.
A par da identificação da eventual testemunha - que não se apresentou às autoridades -, os investigadores da PJ estão também a procurar apurar como, efectivamente, foi deflagrado o incêndio.
O fogo começou na cave, onde o casal tinha um cofre-forte, que, segundo a filha das vítimas, foi alvo de tentativa de arrombamento através de um maçarico. Mas não há ainda certeza sobre se terá sido efectivamente com o maçarico que se iniciou o incêndio, pois existem hipóteses de ter havido um curto-circuito no quadro eléctrico da moradia.
Certo é que as vítimas, Agostinho Queirós e Olívia Graça, terão acabado por morrer por asfixia, na sequência da inalação excessiva de fumos. Agostinho Queirós ainda foi avistado com vida e falou com os bombeiros, mas acabou por falecer ao lado da mulher.
Uma escada interior a partir da cave terá funcionado como chaminé, canalizando o fumo para os pisos superiores, onde estavam os idosos. Além disso, a casa tem bastante madeira e alcatifa, o que ajudou à propagação do fogo. O combate ao incêndio foi dificultado pelo acesso à propriedade, toda murada, com grades e rede.
Na inspecção efectuada ao local, a PJ não conseguiu encontrar vestígios da eventual presença dos autores do crime, que terão sido consumidos pelas chamas.
O casal Queirós era conhecido principalmente por ter fundado e gerido uma ourivesaria, a que deu o seu nome, na Rua 31 de Janeiro, no centro histórico de Amarante. Actualmente, o estabelecimento é explorado por uma filha.
O funeral das vítimas está marcado para hoje, pelas 17 horas, no cemitério de Fregim, Amarante.
JN
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