A floresta portuguesa reteve, em média, meio milhão de toneladas de carbono por ano, apresentando um balanço positivo, de acordo com dados provisórios apresentados por uma responsável da Comissão para as Alterações Climáticas (CAC), noticia a Lusa.
Paulo Canaveira disse, que entre 1999 e 2009, o sequestro de carbono (processo de retenção do dióxido de Carbono através da fotossíntese) líquido da floresta portuguesa foi de 0,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).
No entanto, em anos de grandes incêndios, como 1990, 1991, 2003, 2004 e 2005, a floresta portuguesa emitiu mais dióxido de carbono do que aquele que reteve.
Com um sequestro bruto de carbono de 20 milhões de toneladas de CO2 por ano, em média, a floresta portuguesa emitiu anualmente cerca de 19,5 milhões de toneladas de carbono. O carbono resulta essencialmente das actividades de exploração florestal, como o corte da madeira (16,5) e os incêndios (2,9).
Já contabilizando o carbono contido nos produtos florestais feitos com madeira nacional o sequestro líquido de carbono sobe para 1,7 milhões de toneladas de CO2.
Paulo Canaveira explicou ainda que existem vários factores que vão influenciar se o balanço continuará a ser positivo ou não.
«Vai depender do comportamento dos proprietários florestais, da evolução do clima, do impacto da mortalidade natural e dos fogos, do investimento feito em novas variedades de árvores mais resistentes à seca, entre outros», afirmou.
Foram também avaliados os impactos do aquecimento global sobre a floresta portuguesa. Alguns dos cenários previstos passam pela perda de produtividade em todo o país, excepto no noroeste, redução e possível substituição de pinhais, eucaliptais e carvalhais por sobreiros e azinheiras, substituição de áreas de montados por matos e maior frequência de incêndios associados a secas severas e ondas de calor.
IOL Diário
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