sábado, 14 de novembro de 2009

Bombeiros Vão ter Formação em Oliveira do Hospital e Montemor

As corporações de Montemor-o- Velho e Oliveira do Hospital vão garantir, no futuro, a formação dos bombeiros do distrito, em especial, nas áreas de incêndios florestais, urbanos e industriais. Em causa estão unidades locais de formação da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), criadas no âmbito de um protocolo celebrado entre esta entidade e as associações humanitárias.
Trata-se de concretizar uma estratégia de descentralização da formação e garantir uma resposta de proximidade. Aliás, a estrutura concebida pela Escola Nacional de Bombeiros contempla, na maioria dos casos, duas unidades locais de formação em cada distrito e é isso mesmo que acontece relativamente a Coimbra. A Unidade Local de Formação de Montemor-o-Velho “cobre” toda a zona do Baixo Mondego, enquanto à Unidade de Oliveira do Hospital fica incumbida a missão de garantir a formação dos bombeiros de todo o Alto Distrito.
Para os comandantes de ambas as corporações trata-se de uma solução «satisfatória» e «de futuro». Morais Jorge, dos Voluntários de Montemor sublinha o facto de esta unidade «proporcionar formação a um número maior de bombeiros». Aquele responsável sublinha o facto de, em causa, estarem voluntários, «que não têm grande possibilidade de se deslocarem a Lisboa para receber formação e, como tal, com a entrada em funcionamento destas unidades, têm uma possibilidade acrescida de o fazer». «A uma distância de 20 ou 30 quilómetros e com formação em horário pós-laboral e aos fins-de-semana é muito mais fácil», refere ainda Morais Jorge.
Emídio Camacho, comandante dos Voluntários de Oliveira do Hospital subscreve as palavras do seu homólogo de Montemor, mas sublinha ainda o facto de, actualmente, «de acordo com a legislação, a progressão na carreira, por parte dos bombeiros, só ser possível mediante a frequência de um conjunto de cursos». Por isso, esta formação de maior proximidade é, em seu entender, «absolutamente bem-vinda», pois permite cumprir esses «requisitos legais» e, ao mesmo tempo «garante a valorização pessoal dos bombeiros», sem que sejam obrigados a efectuar deslocações maiores, como até agora acontecia. Pelo menos nas áreas de combate a incêndios florestais, urbanos e industriais.
Pensar no futuro
Satisfeito com esta política de descentralização da formação que a Escola Nacional de Bombeiros está a encetar com a criação das Unidades Locais de Formação, o comandante dos Voluntários de Oliveira do Hospital entende que se trata de uma estratégia «pensada para o futuro» e para «a valorização das associações e dos seus efectivos», em nome de respostas de maior eficácia.
Emílio Camacho refere ainda a «valorização» que a existência desta Unidade Local de Formação representa para Oliveira do Hospital. «Tenho um quadro activo de 150 homens e é importante motivá-los», sublinha, considerando que acaba, também, por “enriquecer” a capacidade formativa da corporação, uma vez que, às valências que já possuía, mormente na área de socorrismo ou condução defensiva, junta agora a componente de combate a incêndios. Outras possibilidades estão, também, na “calha” de Emídio Camacho, nomeadamente no que se refere ao salvamento em grande ângulo.
Morais Jorge está francamente satisfeito com este “reconhecimento” da Escola Nacional de Bombeiros, mas não deixa de referir que, independentemente deste protocolo e da criação da Unidade Local, a formação dos “seus homens” era uma preocupação prioritária e, por isso mesmo, já tinham sido efectuadas uma série de diligências, no sentido de criar condições para oferecer essa mesma formação aos efectivos de Montemor. Em suma, a ENB acabou por “aproveitar” o “investimento” que a corporação estava a fazer.
A título de exemplo, o comandante dos Voluntários de Montemor aponta para o facto de a corporação já ter campos disponíveis, em concertação com a autarquia e os proprietários, para ali desenvolver exercícios de combate a incêndio.
Com a criação destas duas unidades funcionais nas áreas de combate a incêndios florestais, urbanos e industriais, a formação tem uma resposta garantida ao nível do distrito. Relativamente a outras, pelos menos para já, as respostas continuam a ser dadas pelos pólos da Escola Nacional de Bombeiros da Lousã, Sintra ou S. João da Madeira.
Formação começa hoje em Montemor
A Unidade Local de Formação de Montemor-o-Velho entra hoje em funções, dando início à formação de 12 bombeiros de Condeixa. Trata-se da resposta ao pedido de formação efectuado à ENB que remeteu a sua concretização para a Unidade Local de Montemor. De acordo com Morais Jorge, a formação vai desenvolver-se ao longo de todo o dia de hoje e de amanhã, prolongando-se, depois, durante a semana, em horário pós-laboral, entre as 20h00 e as 24h00, terminando com um horário mais completo no próximo fim-de-semana, de molde a cumprir as 50 horas da formação em combate a incêndios urbanos.
O “cenário” também está montado, com a colocação de três contentores metálicos junto à casa-escola, onde se vai assistir à “simulação real” de um fogo urbano e a perícia dos bombeiros vai ser testada e orientada, no sentido de conseguir salvar vidas de entre as chamas.
Diário de Coimbra

2 comentários:

  1. Sendo assim, o Distrito de Coimbra que possui um Pólo da ENB na Lousão, ficará com 3 pólos de formação. Será que o Pólo da Lousã vai acabar? Assim, parace que não se aproveitam as sinergias existentes no terreno.

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  2. O Distrito de Coimbra mantém o polo da Lousã e são criadas duas Unidades Locais de Formação(ULF).
    Os polos da ENB têm valências diferentes das ULF.

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