A direcção demissionária da Associação dos Bombeiros Voluntários de Celorico da Beira emitiu um comunicado onde explica as razões que levaram os elementos da Direcção a demitirem-se em bloco no dia 29 de Outubro.
“Esta decisão deveu-se essencialmente à falta reiterada de apoio financeiro por parte do Município de Celorico da Beira, o que provocou por vezes situações de verdadeira ruptura financeira, tendo apenas sido ultrapassadas através de empréstimos avalizadas por elementos da Direcção”, é justificado no documento enviado ao Jornal A Guarda.
Segundo a mesma nota, no presente, “a autarquia é devedora aos Bombeiros de 122.500 euros referentes ao protocolo celebrado em 23/05/2004 e que nunca foi denunciado. Pelo contrário, foi reiterado pelo Sr. presidente da Câmara, numa das poucas reuniões que teve a amabilidade de conceder à Direcção. Efectivamente e quanto ao protocolo, o último subsídio pago à Associação foi em Dezembro de 2008, no montante de 2.500 euros e respeita ao mês de Setembro de 2005”.
Quanto a serviços prestados pelos Bombeiros à autarquia, é salientado que a dívida no final do exercício de 2008 era de 78.609,91 euros (sem inclusão dos serviços de 2009). “Efectivamente estão invertidos os papéis, senão vejamos: Os serviços a que nos referimos são apenas provenientes do abastecimento de águas em diversas freguesias, pelo que, não deixando a autarquia de cobrar a água aos munícipes e não pagando sequer o combustível à Associação, quem tem financiado quem? Afinal, esta Associação é que tem apoiado financeiramente a autarquia…”.
Os dirigentes demissionários referem que “apesar da Associação ter sido discriminada no que toca a matéria de apoio financeiro ao associativismo, nunca esta refutou qualquer pedido efectuado pela Câmara. Exemplos: disponibilização de viaturas, cedência de material, etc.”.
Também esclarece que o presidente da Assembleia-Geral dos Bombeiros “é o Sr. vice-presidente da Câmara, que nestes três anos de mandato se limitou a aparecer nalgumas Assembleias-Gerais”. “Pensando nós e dado tratar-se de uma Associação com a importância que os Bombeiros têm, o Sr. vice-presidente podia e deveria ter feito muito mais pela Associação, como por exemplo, outro vereador tem feito em prol das Associações a que está ligado”, referem.
Também questionam “tantas promessas não cumpridas feitas pelo Sr. vice-presidente da Câmara, nessa qualidade, em alguns actos públicos. Por exemplo, no início de Setembro de 2009 comprometeu-se perante a Direcção e na presença do presidente do Conselho Fiscal a arranjar uma solução para os problemas financeiros da Associação, num prazo de 15 dias e que uma vez mais não cumpriu”. “Há ou haverá outros interesses políticos?”, é questionado.
A direcção demissionária explica que fez o anúncio da demissão após as eleições autárquicas para que “não fosse considerado como uma arma de arremesso político no período eleitoral, porque esta Direcção sempre soube distinguir os assuntos políticos e pessoais dos assuntos institucionais".
A Guarda
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