terça-feira, 27 de julho de 2010

Viseu: Meios de socorro não funcionam

Equipamentos de prevenção de fogos não funcionaram em São Martinho, Viseu, e deixaram a povoação à mercê das chamas.
As temperaturas altas provocaram uma vaga de incêndios por todo o País. Uma das situações mais graves viveu-se no Parque Florestal do Castro, uma mata pública em Viseu, onde grande parte do equipamento de socorro não funcionou durante o violento fogo que pôs a aldeia de São Martinho em perigo.

Desde sexta-feira que o fogo, "sempre de madrugada, tem andado na serra. Desta vez, foi a valer", contou Manuel Ramos, morador em São Martinho de Orgens, na área urbana de Viseu, onde um violento fogo levou as chamas até "à porta da aldeia". As chamas "apareceram com muita força, à hora do almoço. Apercebemo- -nos, juntámos o povo e fomos lá", adiantou Isabel Pires, outra moradora.

A força do incêndio "surpreendeu a aldeia", desabafou Manuel. À surpresa juntou-se a indignação. "Os tanques para os carros dos bombeiros e helicópteros não puderam ser usados", disse Pedro Messias. As infra-estruturas "pagas com o dinheiro de todos nós estavam secas". Mais: "O tanque dos helicópteros tinha tanta árvore à volta que os helis tiveram que abastecer noutra povoação, o que atrasou em muito o combate."

As chamas viam-se da cidade e desesperaram os moradores. António Lopes, um empresário da construção civil, foi "forçado a esvaziar o barracão". Mas os moradores ficaram quando viram que "os tanques estavam sem água, a mata por limpar e muitos caminhos intransitáveis".

A GNR cortou os acessos da floresta, que ligam as aldeias de São Martinho e Mozelos, e foi obrigada a fechar o IP5, entre o nó da A24 e o nó de Pascoal, por "razões de segurança", disse o comandante do Destacamento de Trânsito de Viseu, Filipe Soares. O corte foi justificado porque "o incêndio chegou às bermas desta via".

Ao DN, o adjunto da Protecção Civil não comentou as críticas dos moradores mas reconheceu que houve "algumas dificuldades". Vasco Santos salientou que se tratou de uma mata "adulta que lançou muito fumo, o que impediu, durante algum tempo, a operação com meios aéreos".

O fogo está a ser investigado pelas autoridades, já que se seguiu a uma sucessão de outros incêndios, "sempre de madrugada, que têm ocorrido desde sábado", adiantou a GNR. Na manhã de ontem, "uma equipa dos bombeiros patrulhou a área durante toda a manhã", disse o comandante dos Bombeiros de Viseu. Luís Duarte contou que "à hora de almoço estava tudo calmo, e regressámos à base".

O fogo consumiu cerca de 15 hectares e obrigou à intervenção de 26 corpos de bombeiros, com 118 homens, apoiados por 33 viaturas e três meios aéreos.

DN

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