sexta-feira, 23 de julho de 2010

Barcelos: bombeiros patrulham florestas de Aguiar

Em Aguiar, os fogos em área florestal acontecem praticamente todos os dias e o seu acesso é difícil. Desconfiados e partindo do princípio de que não se trata de mera coincidência, os Bombeiros Voluntários deram, atempadamente, conta disso às autoridades policiais para que investiguem.

Entretanto, há patrulhas dos homens da paz que se fazem regularmente não apenas nos montes de Aguiar, mas também nos da freguesia vizinha de Durrães, ambas situadas a 13 quilómetros da sede do concelho de Barcelos.

Fundamentalmente, às patrulhas interessa-lhes apanhar o suspeito em flagrante delito, numa colaboração que se quer eficaz com as autoridades policiais que, desde há algum tempo, investigam os casos de incêndios florestais sistemáticos naquelas duas freguesias rurais.
Na sede da corporação, entre os mais antigos, há quem recorde os tempos em que a população acorria a ajudar os bombeiros no combate aos incêndios.

Colaborava-se generosamente com a força física e com material adequado. Solidariamente.
Os tempos, porém, são outros.
“Hoje, as pessoas são capazes de se deslocar aos locais onde há incêndio, mas não vão para nos ajudar; vão ver” - lamentou-se esta semana um membro do corpo activo dos Voluntários de Barcelos.


A patrulha - Também lamentou que os proprietários das áreas florestais não as mantenham limpas, no cumprimento das medidas aconselháveis para a protecção contra incêndios.
“Nós não temos de procurar ninguém. Isso é trabalho da GN
R, não é o nosso” — sublinhou, à defesa, o bombeiro de primeira classe Carlos Miranda.

O graduado soldado da paz dos Voluntários de Barcelos encontra-mo-lo ao fim da manhã de quarta-feira última, entre uma clareira e um espaço incendiado de mato e eucaliptos, em Aguiar.
Miranda liderava uma equipa de que faziam parte os bombeiros David Pereira, Joaquim Mendes, Ricardo Silva e o motorista Manuel Silva que conduzira para ali um todo-o-terreno rural de combate aos incêndios.

O carreirinho que nos conduziu ao ponto de encontro com os cinco voluntários de Barcelos é, de facto, de difícil acesso. Provavelmente só um veículo com as características daquele subiria por aí acima, entre buracos e pedregulhos ladeados de erva seca e arbustos. Na descida, também a pé, quase se pisou um envergonhado ouriço cacheiro.

“Temos vindo cá para patrulhamento e quando há alguns incêndios”, acrescenta Carlos Miranda, voltando a recorrer à reserva quando se lhe coloca a questão de não ser, certamente, por acaso o facto de todos os dias a corporação se ver obrigada a deslocar para ali homens e meios.
“Não posso comentar”. Mas adianta que, nos últimos tempos, só têm sido chamados para essa zona, O que é sintomático.

E quanto à colaboração da população, Miranda admite que tem havido alguma.
“As maiores dificuldades são os acessos em alguns sítios. Mas, dificuldades, dificuldades mesmos, não temos tido nenhumas”, concluiu. E ontem não houve incêndio nenhum em Aguiar.
Correio do Minho

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