Portugal está a arder e não são apenas os bombeiros que estão em acção: populares tentam proteger os bens, aviões espanhóis ajudam e, agora, também o Exército está no terreno.
Há quem se queixe de falta de meios para combater mais de 400 fogos que ontem deflagraram em todo o País. Ao todo, são 500 os elementos do Exército a ajudar, 390 dos quais no terreno. Os restantes servem de ligação entre o Exército e a Protecção Civil.
O elevado número de fogos levou os bombeiros a admitir que têm o dispositivo "disperso e exausto".
Seis pelotões do Exército, num total de 150 elementos, em Caminha, Alcácer do Sal e Viana do Castelo, têm colaborado no rescaldo. Outros 250, no âmbito de um protocolo com a Direcção--Geral dos Recursos Florestais, vigiam as matas nacionais e, munidos de viaturas com kits próprios, fazem um combate inicial aos fogos. "Todos os anos o Exército ajuda nos fogos e o número de militares pode aumentar. Em 2009 chegámos a ter 20 pelotões no terreno", adiantou o porta-voz do Exército, Hélder Perdigão.
Já em Lomba, Gondomar, os populares tiveram de recorrer a meios próprios – cisternas e mangueiras – para combaterem as chamas, que ficaram a metros das casas, na tarde de ontem. "Bombeiros? Nem um. Sei que têm muito para fazer, mas nem um carro?", questionava Carminda Viana, de 52 anos. "Estavam os meios todos ocupados e nós transmitimos isso aos superiores", explicou José Oliveira, comandante dos Bombeiros de Lourosa, que têm um acordo com a Câmara de Gondomar para prestar socorro em Lomba.
INCÊNDIO CERCOU VÁRIAS CASAS
Os rostos de crianças, adultos e idosos reflectiam o medo que sentiam, ontem, cerca das 13h00, quando as chamas começaram a ameaçar as casas da localidade de Serém de Baixo, em Águeda. À noite, o fogo continuava por dominar.
"Se não morri nestes três dias, não morro tão cedo. Não sei como é que o meu coração está a aguentar", dizia Armandina, 74 anos, proprietária de uma casa em perigo.
CM
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