Vasco Franco, que participou em Abrantes na iniciativa do "SEF vai à escola" e visitou a base da Força Especial de Bombeiros no Sardoal, afirmou que o adiamento do início do DECIF é "compreensível", estando mesmo previsto nas normas "se as condições meteorológicas o aconselharem".
Numa moção aprovada na segunda-feira em reunião com os corpos de bombeiros do distrito, a federação de Santarém considera "uma afronta" a forma como a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) informou os comandantes das corporações - por SMS e dois dias antes da data prevista para o início do DECIF, 15 de Maio - e condena os motivos "esfarrapados" invocados para a decisão.
Em protesto, os corpos de bombeiros do distrito de Santarém decidiram não iniciar a participação no Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF 2010) na terça-feira.
Para Vasco Franco, a questão não pode ser colocada desta forma, frisando que a proposta de adiamento partiu da parte operacional da Protecção Civil, admitindo que seria desejável que pudesse ter sido anunciada mais cedo.
Questionada pela agência Lusa, a ANPC sublinha que, em 10 de Maio, as previsões meteorológicas indicavam a continuação de chuva "e mesmo alguma queda de neve na Serra da Estrela", o que veio a acontecer de 13 para 14 de Maio.
Sem tecer comentários à tomada de posição da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém, a ANPC adianta que "não é por estar calor que há incêndios", pois "a floresta só arde se lhe puserem fogo", e que o DECIF "tem meios permanentes [o ano inteiro]", que são accionados "sempre que necessário".
Lembra ainda que o mês de Maio se destina "prioritariamente a acções de planeamento, formação e aprontamento do DECIF" e que "nas fases Bravo e Echo os meios serão activados e desactivados de acordo com a avaliação diária do perigo de risco de incêndio efectuada no Comando Nacional de Operações de Socorro [da ANPC]".
A federação considera que as condições atmosféricas "foram bem diferentes daquelas que foram invocadas quer pela Autoridade Nacional de Protecção Civil quer pelo senhor secretário de Estado da Protecção Civil", pedindo a ambos que se "retratem".
A moção lamenta que não tenha havido a preocupação de saber "se existiam ou não compromissos das associações/corpos de bombeiros com os bombeiros que iriam participar no dispositivo e já com escalas afixadas", muitos deles com as férias marcadas para poderem estar disponíveis.
O Mirante
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