Há cerca de duas semanas os trabalhos tiveram de ser interrompidos porque Joaquim Lopes, presidente do conselho fiscal, declarou que precisava de verificar as contas, uma vez que a documentação não tinha sido entregue a tempo.
“Precisamos de duas semanas e disponibilidade documental para analisar” afirmou na altura Joaquim Lopes.
Na nova reunião o dirigente afirmou que as contas “merecem aprovação” por parte do conselho fiscal, apesar de ter deixado passar alguma instabilidade que é vivida no seio da actual direcção, que tem um mandato até Julho do próximo ano e conta já com duas demissões e uma relação não muito saudável entre o presidente do conselho fiscal e o tesoureiro.
Curiosamente na reunião anterior foi aprovado por unanimidade o relatório de contas e o plano e orçamento para o ano de 2010, sem estar aprovado o parecer do conselho fiscal relativo às contas de 2009.
Durante a discussão destes pontos já aprovados, Abílio Camacho considerou que a instituição “tem de ser auto-suficiente”, que “os funcionários e voluntários têm de se empenhar” e que “todos os cêntimos têm de ser poupados”.
Outro aviso deixado pelo presidente da direcção foi o facto do parque de estacionamento explorado pelos bombeiros “ter os dias contados”, uma vez que terão de começar a pagar renda ou fechar as portas.
“O parque de estacionamento tem o fim à vista. Pode ser hoje, amanhã, daqui a um ano. Estou à espera que o novo proprietário diga o que pretende fazer, para nós sabermos o que fazer. A Caixa Agrícola já não é a dona do espaço e nós ficámos a saber disso após uma reunião com o advogado do novo comprador”, revelou Abílio Camacho, sem dizer quem era esse representante ou o novo proprietário, que poderá ser alguém que tem adquirido muitos imóveis no país nos últimos tempos e é de um país africano.
“Fui informado pela Caixa Agrícola que já não são donos. Agora aguardo para saber se poderemos continuar”, acrescentou, declarando que já pediu à Câmara um novo espaço, junto ao quartel ou junto à PSP para explorar como parque de estacionamento.
O sinal da crise financeira nos Bombeiros é evidente pelo facto da equipa de competição de natação dos bombeiros ter de acabar por falta de verbas durante este ano, lê-se no relatório de actividades.
O orçamento para 2010 da associação humanitária é de 1,5 milhões de euros, sendo que os encargos com pessoal são de 885 mil euros, ou seja, mais de 50% do orçamento.
Abílio Camacho foi confrontado à margem da assembleia-geral sobre a situação financeira dos bombeiros e sobre os aumentos aos funcionários, explicando que a casa vive momentos difíceis e por isso não haverá aumentos.
“A situação financeira dos bombeiros é como em todo o lado, não está bem. Estamos iguais ao que estávamos no ano anterior. Nesta casa tem-se de lutar muito porque há muitos encargos. Muitos ordenados e muita despesa”, explicou.
“O aumento aos funcionários perante o acordo é de 50 euros pelo menos este ano. Já reunimos com todos e dissemos que não podemos dar o aumento. Todos eles ganham acima da média nacional. Para nós o acordo mantém-se, mas o bom-senso deles imperou, uma vez que aceitaram não ter o aumento este ano, retomando no próximo ano ou assim que as coisas estiveram melhores”, disse Abílio Camacho.
Porém, sabe o JORNAL das CALDAS que todos os funcionários, sem excepção, aceitaram em reunião sindical, não receber o aumento este ano, mas querem-no no próximo ano com direito a retroactivos.
Abílio Camacho afirmou que “o que ficou acordado não foi pedir retroactivos. Mas ainda vou ter uma reunião com o sindicato e com eles para resolvermos tudo isto”.
Jornal das Caldas
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