As buscas, que só foram reveladas ao princípio da noite de hoje, "para não serem perturbadas por jornalistas e repórteres-fotográficos", segundo fonte policial, "vão continuar nos próximos dias pelo Rio Douro abaixo".
Esta tarde as buscas decorreram entre as barragens de Bagaúste e Belmonte, mas sem que fosse encontrado qualquer vestígio da jovem ou do automóvel, da marca e modelo "Peugeot-106," de cor vermelha e a matrícula 77-23-LP.
Carina Ferreira, que trabalhava no Clube de Caça e Pesca do Alto Douro, à data do seu desaparecimento, tinha 'leggins' e blusa de cor preta, um 'blaser' daquela cor e sapatos de cunha preta. A semana passada, a PJ bateu a zona a partir de um helicóptero, mas hoje a direcção da Polícia Judiciária do Norte, segundo apurou o Expresso, mandou avançar os inspectores para o terreno.
Investigações dependeram de telemóvel
As investigações da Polícia Judiciária estiveram dependentes de listagens da Vodafone, operador de telemóvel mais usado por Carina Ferreira, mas que usava também um aparelho da TMN para comunicar com alguns amigos já clientes daquela rede de telemóveis.
A TMN disponibilizou de imediato a listagem das antenas accionadas pelo telemóvel de Carina Ferreira, mas a Vodafone ainda não entregou hoje nas instalações da Polícia Judiciária do Porto a última listagem das células que a jovem "activou" nas antenas pelas quais passou, entre Lamego e a Régua na noite de 1 para 2 de Maio. A PJ decidiu não esperar mais pela Vodafone e, desde esta tarde, acompanhada pelos vários mergulhadores dos Bombeiros Voluntários de Lamego, começou a procurar pelas margens no Rio Douro.
Nem "Ranger", nem Tunísia
A hipótese de qualquer envolvimento de um cabo dos "Ranger" que foi namorado de Carina Ferreira "está completamente fora de hipótese" e só "contribuiu para lançar alguma confusão no início", de acordo com fontes contactadas pelo Expresso. "Esse militar estava no Algarve no dia em que essa jovem desapareceu", acrescentaram as mesmas fontes da PJ do Porto.
A Polícia Judiciária do Porto tem-se defrontado com "várias informações contraditórias", relativamente às indicações fornecidas pelos amigos mais próximos da jovem desaparecida. No Centro de Instrução de Operações Especiais (Ranger's") há casos de militares que namoram com raparigas, daquela região, como sucedia com os Comandos também instalados em Lamego até pouco antes do 25 de Abril de 1974.
A família de Carina Ferreira, em especial o pai, um sargento do Exército colocado em Lamego, está já a par de todos os passos dados pela Polícia Judiciária. A hipótese de Carina Ferreira ter viajado para a Tunísia já não tem igualmente qualquer consistência, segundo fontes da PJ. Essas falsas pistas "só estão a perturbar as investigações", segundo fontes da PJ e para quem "o anonimato das redes sociais na internet, tem permitido diversas especulações e mesmo insinuações de mau gosto num caso tão delicado".
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