quinta-feira, 27 de maio de 2010

Investigadores têm ferramentas para ajudar bombeiros a combater as chamas

Há falta de comunicação entre os investigadores que estudam os incêndios florestais e os operacionais que combatem as chamas, defendem especialistas desta área de estudo.

O especialista em incêndios florestais Domingos Xavier Viegas alertou hoje, quarta-feira, em Aveiro, para a falta de comunicação entre os investigadores e os operacionais.

"Há muita coisa que se está a fazer ao nível da investigação e que não chega ao conhecimento dos bombeiros", disse à Agência Lusa, à margem de um workshop na Universidade de Aveiro (UA) sobre a investigação de incêndios florestais.

Xavier Viegas dirige o Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, localizado na Lousã, que todos os anos recebe "milhares de bombeiros" em acções de formação, no âmbito de um protocolo com a Escola Nacional de Bombeiros.

"A nossa equipa consegue transmitir uma parte da mensagem aos bombeiros", diz o investigador, que admite, no entanto, que se trata de "uma parte pequena, que tem a ver com a segurança pessoal dos bombeiros".

A mesma opinião tem a investigadora Ana Isabel Miranda, da UA. "Existem muitas ferramentas disponíveis que podiam facilitar o combate aos fogos e que não estão a ser usadas", salienta.

Como exemplo, a investigadora aponta um modelo computacional para optimizar o ataque aos incêndios florestais com meios aéreos, que foi desenvolvido na UA, no âmbito de uma tese de doutoramento, e que não está a ser aproveitado.

"É um modelo muito simples, que corre num computador normal, e que permite indicar ao piloto onde é que um avião deve atacar primeiro e de que forma é que deve ser feita a descarga", explicou Ana Isabel Miranda.

Segundo a investigadora, esta ferramenta já foi testada no âmbito de um projecto europeu e está pronta para ser aplicada.

Os investigadores já deram a conhecer este projecto aos meios científicos, faltando agora apresentá-lo às autoridades nacionais competentes.

JN

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