domingo, 9 de maio de 2010

Mais meios humanos na luta contra fogos

Dispositivo de combate a incêndios "preparado" para aumento da vegetação resultante do Inverno chuvoso.

O dispositivo de combate a incêndios conta este ano com mais 156 elementos, num total de 22 519 pessoas até 30 de Setembro. Os especialistas aconselham vigilância acrescida: o Inverno chuvoso fez crescer as matas. "Estamos preparados", diz a Protecção Civil.

A garantia foi dada ontem pelo comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil, na apresentação do dispositivo especial de combate a incêndios florestais, em Leiria. "A partir de 15 de Maio, e logo que as condições de risco o justificarem, projectaremos no terreno um dispositivo dedicado à defesa da floresta contra incêndios", disse Paulo Gil Martins. Até final de Setembro, contará com "22 519 operacionais e 5002 veículos de comando, intervenção e apoio".

O número de elementos tem, assim, um acréscimo de 156 elementos humanos em relação a 2009. Para o ministro da Administração Interna, o dispositivo apresentado é o "necessário e adequado" para responder de forma "positiva a este desafio". A "doutrina" adoptada nos últimos anos "tem uma estratégia e uma organização que têm dado resultados".

Rui Pereira salientou ainda a "confiança" nos 9985 elementos que compõem o dispositivo durante a fase Charlie, que decorre entre 1 de Julho e 30 de Setembro, altura em que os operacionais contarão com o apoio de 2177 veículos e 56 meios aéreos.

O dispositivo tem um custo total de 103 milhões de euros, semelhante a 2009. Um orçamento que, segundo o secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, será ligeiramente agravado com a recruta de pessoal para as torres de vigia. No ano passado, estes elementos foram requisitados aos centros de emprego, mas os resultados não foram os melhores. "Este ano rectificámos o erro."

"Não nos esperam facilidades" - O ministro da Administração Interna explicou também que a contenção de custos não se traduziu no combate aos incêndios, porque, "na relação custo/benefício, se não dispuséssemos deste dispositivo, os custos económicos dos fogos florestais seriam largamente superiores" aos valores aplicados na sua prevenção.

"Não nos esperam facilidades. As condições meteorológicas levam ao crescimento de vegetação, que aumenta a quantidade de material combustível", admitiu Rui Pereira. Quanto ao dispositivo permanente, garante que tem sido uma mais-valia na "resposta aos riscos diferenciados" ao longo do ano, para o que também tem contribuído o ataque inicial aos incêndios, "que é cada vez mais rápido", bem como a fase de "rescaldo e a utilização do fogo controlado e contra-fogo".

A importância do ataque inicial também foi sublinhada por Paulo Gil Martins, porque permite "reduzir o número de baixas e garantir a segurança das pessoas". Mas, tal como Rui Pereira, o comandante apelou as populações a contribuir para "reduzir o número de ignições": em "97% dos casos tem origem humana".

Este ano, o Inverno chuvoso veio criar mais um desafio. Ouvidos pela agência Lusa, vários especialistas e representantes dos bombeiros alertam para o facto de a humidade ter feito crescer a vegetação nas matas e florestas. Com o previsível calor do Verão, essa vegetação pode secar e tornar-se perigosa entre Junho e Agosto. Outro alerta diz respeito à necessidade de vigilância nocturna, dado que 40% dos incêndios de 2009 começaram à noite.

JN

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