domingo, 23 de maio de 2010

Bombeiros e concessionários defendem vigilância por entidades oficiais fora da época balnear

A Federação Portuguesa de Concessionários de Praia e a Liga dos Bombeiros Portugueses defendem a necessidade de as praias serem vigiadas pelas estruturas de socorro fora da época balnear oficial, impedindo ou reduzindo o impacto de comportamentos negligentes.
Depois de duas pessoas terem morrido e uma ter desaparecido no mar da Costa de Caparica, no sábado, o presidente da Federação, Luís Carvalho, disse hoje à Lusa que o número de pessoas que aflui actualmente às zonas balneares obriga a encarar a questão da segurança de uma forma diferente da que há anos orientava a vigilância.

«A culpa aqui é sempre repartida: as pessoas têm comportamentos errados, sem dúvida, mas neste momento as praias ainda não estão vigiadas. Deveria haver já alguma vigilância pontual assegurada por entidades oficiais que deviam garantir protecção às pessoas mais descuidadas», afirmou.

Luís Carvalho referiu que, apesar de os concessionários dos estabelecimentos serem responsáveis por contratar os nadadores salvadores, não têm meios e conhecimentos técnicos para assegurar o controlo da situação fora da época balnear, que arranca a 1 de Junho.

«Estamos a falar da vida das pessoas. Não vamos esperar também que sejam os comerciantes ou os residentes das localidades a contratar a PSP para fazer a sua segurança, estamos a falar de competências do próprio Estado», sustentou o responsável.

O presidente da federação lamentou os acidentes de sábado, ocorridos apesar de os concessionários da Costa de Caparica já terem "antecipado" a época balnear e contratado «alguns nadadores salvadores».

Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, estes casos chamaram a atenção para duas questões, inclusive para os maus comportamentos: «Portugal continua a padecer, em relação aos cidadãos, da ausência de uma cultura de risco».

Por outro lado, sublinhou, é preciso reconhecer, como já aconteceu a nível dos incêndios florestais, que as condições meteorológicas já não permitem encarar estas situações apenas como um fenómeno de época.

O responsável apontou, por isso, a necessidade de as autoridades olharem de forma «menos rígida» para a delimitação das datas de abertura e encerramento da época balnear e disponibilizarem «acompanhamento e vigilância fora» desse período, sobretudo nos areais mais procurados.

Duarte Caldeira considerou que, além de agilizar o socorro, a presença das várias forças - polícia marítima, nadadores salvadores e estruturas dos bombeiros, das quais deve haver uma «maior utilização» - ajuda a dissuadir os banhistas mais negligentes.

Lusa / SOL

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