sábado, 2 de janeiro de 2010

Bombeiros Unem Duas Corporações Para Poupar

A fusão das duas corporações de bombeiros de S. Pedro do Sul, através da constituição de um agrupamento, deve ficar concluída este mês com a outorga da escritura pública. Esta foi a forma escolhida pelas duas corporações - Bombeiros Voluntários e Corpo de Salvação Pública - para conseguir a construção de um quartel depois de a câmara municipal se ter recusado a comparticipar na edificação de dois aquartelamentos.

Em S. Pedro do Sul, os dois quartéis de bombeiros existentes já são pequenos para as necessidades, pelo que muitas viaturas ficam estacionadas na rua. A câmara recusa edificar dois quartéis e quer candidatar a obra, um edifício com valência de protecção civil, a fundos comunitários.

O pretexto serviu para retomar uma ideia antiga: a fusão das duas corporações na vila. Em 2006, Eduardo Boloto, presidente da direcção do Corpo de Salvação Pública, aproveitou o aniversário da corporação para defender, pela primeira vez, "a extinção das duas corporações da sede do município para darem lugar a uma nova".

Na ocasião, o dirigente apontou o exemplo da necessidade de quartéis novos para ambas as corporações e salientou "a poupan- ça na construção de um quartel novo, imprescindível às duas corporações". A direcção dos voluntários iniciou idêntico processo.

Eduardo Boloto, do Corpo de Salvação Pública, adiantou que "depois segue-se a aprovação dos estatutos do agrupamento de bombeiros para protocolar a construção do quartel". Segundo referiu, "mesmo que o quartel não venha a ser aprovado, se assim possibilitarmos um melhor serviço, o agrupamento continuará".

João Almeida acabou de ser reeleito presidente da direcção dos voluntários e garantiu que, "em Janeiro, com a outorga da escritura pública, ficará concluído o registo do agrupamento para então candidatar a construção do quartel único aos fundos comunitários".

No concelho de S. Pedro do Sul, com 349 quilómetros quadrados e 20 mil residentes, há três corporações: Os Bombeiros Voluntários de S. Pedro do Sul, com quartel na vila e secção destacada em Sul. O Corpo de Salvação Pública, com quartel na vila e um destacamento em Pindelo dos Milagres. E os Voluntários de Santa Cruz da Trapa, a nove quilómetros da vila.

Também em Viseu, onde há duas corporações, o presidente dos voluntários sugeriu a fusão com os bombeiros municipais, que são profissionais, mas com uma evidente falta de recursos humanos. Segundo Paulo Correia "a economia de meios seria enorme, com ganhos a vários níveis".

O dirigente apontou serviços, "como a central telefónica, posto de vigia, quarteleiro, que passariam a ser únicos, permitindo uma equipa de intervenção permanente, com mais pessoas e melhor capacidade de resposta. Com duas corporações, são precisas seis pessoas por dia só para garantir as centrais telefónicas ".

O concelho de Viseu só tem oito bombeiros permanentes para mais de 500 quilómetros quadrados e cem mil habitantes. A Câmara de Viseu, que tutela os bombeiros municipais, ainda não se pronunciou sobre esta proposta.

DN

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