terça-feira, 29 de junho de 2010

Guardiões de Lisboa há mais de 600 anos

São os guardiões da cidade, pioneiros no socorro e prevenção, uma importante referência até além-fronteiras, um estatuto conquistado graças a um saber acumulado com mais de 600 anos no combate a calamidades como o Terramoto de 1755, os incêndios dos Paços do Concelho, nos séculos XIX e XX, ou o do Chiado, há mais de 20 anos.

O Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa é uma espécie de “tropa de elite” no contexto do socorro no país, que junta um efectivo de quase mil pessoas, pertencentes à estrutura orgânica da Câmara de Lisboa. Ainda este ano, o quadro será reforçado com mais 160 bombeiros profissionais.

“São a dedicação e profissionalismo” que garantem o prestígio da instituição, sublinha o coronel Joaquim Leitão, comandante do RSB, acrescentando que a capacidade de intervenção explica-se pelos meios e pela política de proximidade. “Nos incêndios, por exemplo, toda a ocorrência nasce de um pequeno foco”, diz. Daí a importância de ter estrategicamente espalhadas pela cidade uma dezena de quartéis, a que se junta um outro na Portela. O RSB é a única corporação do país que tem a seu cargo a segurança de um aeroporto.

Dois módulos exclusivos em Portugal, prontos a actuar no país ou em qualquer parte do mundo, marcam também a diferença. Um destina-se a ambientes NRBQ (contaminação Nuclear, Radiológica, Biológica ou Química) e funciona em parceria com o INEM; o outro, de nome MUSAR, destinada a regastes em estruturas colapsadas, em parceria com a PSP.

Joaquim Leitão adianta que o módulo MUSAR, por exemplo, tem 49 elementos e oito cães, e uma capacidade para sete dias de trabalho com as suas nove toneladas de material. Já este em missão na Argélia, Irão, Marrocos. “Estas equipas estão sempre prontas a actuar. Quatro horas é o tempo máximo de mobilização após o alerta”, frisa. O RSB tem ainda uma Unidade de Controlo Ambiental e um corpo especial de mergulhadores.

Único também no país é o Núcleo de Intervenção Social e Apoio ao Cidadão (NISAC) do RSB. ?Acreditamos que servirá de modelo a outras corporações?, afirma o comandante.
Trata-se de uma equipa de intervenção psico-social que trabalha 24 horas por dia e que dá resposta e encaminhamento para situações de risco e exclusão. ?Lisboa terá mais de 130 mil idosos, muitos dos quais vivem sozinhos?, sublinha Joaquim Leitão, acrescentando que o elevado número de ?aberturas de portas? mensal feito pelo RSB levou à criação do NISAC.

JN

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