Entre Janeiro e 7 de Junho de 2010, a área ardida no Algarve diminuiu 55 por cento em relação ao período homólogo de 2009. Quanto a incêndios, no mesmo período, registou-se uma diminuição de 67,6 por cento. De 136 incêndios em 2009, passou-se para 44 em 2010, o que equivale a 0,0010 hectares de área ardida.
“Criamos uma estratégia em que estes meios de ataque inicial (reúnem 506 elementos, três meios aéreos e 129 veículos) têm como missão a primeira abordagem aos incêndios e que tem dado bons resultados”, diz o responsável distrital.
O objectivo é “extinguir desde logo o incêndio, mas se tal não for possível então recorre-se aos meios ampliados”, isto é à deslocação de corporações de bombeiros para o terreno.
É esta gestão que muitas vezes não é compreendida pelas populações e já agora por muitos meios de comunicação, que acusam, por exemplo “o helicóptero se de ir embora”, quando na verdade não é possível agir com os meios de ataque inicial, que devem estar de prontidão para cumprir a estratégia de intervenção no início dos fogos, numa situação que deve ser combatida em terra por meios ampliados, explica Vaz Pinto.
“Temos de compreender que apesar dos esforços, há incêndios que se propagam e não se pode comprometer toda a estratégia, já que temos de intervir em 310 700 hectares de área florestal”, sustenta o responsável distrital.
Bombeiros com dificuldades - “Os meios ampliados, que envolvem diversas entidades integradas, como os bombeiros, autarquias, polícias, têm tido algumas dificuldades”, na execução desta estratégia reconhece Vaz Pinto.
“A gratificação que é paga aos bombeiros não é muito atractiva (60 euros dos quais 43 são da responsabilidade da Autoridade Nacional Florestal) e daí a dificuldade em constituir o dispositivo suficiente para as necessidades”.
“Precisamos desses elementos na altura de maior empregabilidade na região, que coincide com o período de Verão, quando acontecem os incêndios”, explica.
Quanto à intervenção do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, que se encontra sedeado em Monchique, Cachopo e Loulé, Vaz Pinto considera que “tem um papel dissuasor que outras forças não têm, possibilitam uma maior colaboração e segurança e possuem maior capacidade de intervenção”, pelo que nega as críticas quanto à sua actuação.
“Actuam na prevenção, nos incêndios e noutras situações em que são necessários no âmbito da protecção civil”, dando como exemplo a derrocada das falésias.
Coordenação, precisa-se - Menos pacífica é a actuação das entidades responsáveis pela gestão da floresta do ambiente e recursos hidrológicos.
A protecção civil apela a que os proprietários limpem os terrenos florestais e os 50 metros em torno da residência, mas para o fazer é necessário elaborar planos técnicos para estudar a vegetação e pedir autorizações à tutela da floresta, do ambiente e, por vezes, dos recursos hidrológicos. E na sua falta, são lançadas coimas.
Este ‘desconcerto’ entre as diversas entidades, em que umas privilegiam as coimas e o excesso de burocracia, enquanto outras incentivam medidas de protecção, penaliza a iniciativa dos cidadãos.
Segundo a Governadora civil de Faro, todas as entidades participaram na elaboração do Plano Distrital da Área florestal do Algarve, que se encontra em fase de discussão pública até 25 Junho, e Isilda Gomes comprometeu-se “a levar à próxima reunião as questões levantadas e as dificuldades associadas à limpeza junto das habitações e das ribeiras”.
Será que esse comandante operacional distrital alguma vez foi bombeiro na sua vida?
ResponderEliminar15 minutos após do alerta no local, para zonas florestais, com os caminho cheio de mato e intransitáveis, é longe dos quartéis de bombeiros, é simplesmente mentir.