segunda-feira, 28 de junho de 2010

Época mais crítica em incêndios começa na terça-feira

A época mais crítica em fogos florestais começa na quinta feira com um dispositivo de combate praticamente idêntico ao do ano passado, apesar dos especialistas temerem um verão com risco elevado de incêndio devido ao inverno chuvoso.
Durante a fase “Charlie” de combate a incêndios, que começa na quinta feira e se prolonga até 30 de setembro, vão estar operacionais 9985 elementos, 2177 veículos e 56 meios aéreos, além dos 236 postos de vigia da responsabilidade da GNR.

O dispositivo é praticamente idêntico ao do ano passado, registando apenas um aumento de 156 elementos, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O Ministério da Administração Interna garante que o dispositivo previsto é «o necessário e o adequado» para responder de forma «positiva a este desafio» dos fogos florestais, tendo em conta que a «doutrina» adotada nos últimos anos «tem um estratégia e uma organização que têm dado resultados».

Dos quase 10 mil elementos que compõem o dispositivo para a época mais crítica em incêndios florestais fazem parte bombeiros voluntários e profissionais, sapadores florestais, equipas da Força Especial de Bombeiros "Canarinhos", Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e Equipas de Intervenção Permanente, contando ainda com o apoio do Exército, associação de empresas do sector papeleiro e de celulose, brigadas do Grupo de Análise e Uso do Fogo (GAUF) e Equipas de Vigilância e Ataque Inicial.

Todo este dispositivo é coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, através do seu Comando Nacional (CNOS) e Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS).

Os meios aéreos disponíveis incluem 35 helicópteros e 16 aviões. Dos 56 aparelhos, nove são meios do próprio Estado, sendo os restantes alugados.

O dispositivo tem um custo de 103 milhões de euros, semelhante a 2009, segundo o secretário de Estado da Proteção Civil, Vasco Franco.

Especialistas já afirmam que o inverno chuvoso e rigoroso que se registou em Portugal, alternando com altas temperaturas na primavera, poderá aumentar o risco de incêndios florestais neste verão.

Vasco Franco também admitiu que possivelmente este ano haverá «um número de ignições significativo» devido à chuva prolongada que levou ao crescimento de matéria combustível nas florestas.

«A análise que tem sido feita é de que possivelmente haverá um número de ignições significativo, porque tivemos um período de chuvas prolongado e o material que cresceu atingiu dimensões que em outros anos não tem atingido, especialmente este material fino mais no centro e sul do país é muito propício a facilitar as ignições», disse o secretário de Estado.

O relatório provisório da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indica que entre 01 de janeiro e 15 de junho deste ano arderam 2700 hectares de floresta, enquanto no mesmo período do ano passado já tinham ardido 19241, representando uma diminuição de 85 por cento.

Lusa/SOL

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