segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bombeiros da Régua sem barco para socorrer no Douro

Com dezenas de embarcações turísticas na água, emergências ficam comprometidas.
"Tenho uma equipa de seis mergulhadores altamente treinada e apetrechada para actuar em qualquer emergência no rio Douro, mas há cerca de meio ano que não tenho barco para os transportar."
Este é o desabafo do Comandante dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua, António Fonseca, face à avaria nos motores da embarcação da corporação que não pode sair da fluvina da Régua onde se encontra ancorada. Em caso de urgência, com dezenas de barcos turísticos no rio Douro, os bombeiros não têm embarcação para o trabalho de socorro.
O DN apurou que a embarcação tem um dos motores completamente inoperacional, e um segundo que não tem força suficiente para a mover, necessitando ainda, segundo os peritos, de uma reparação ao nível da impermeabilização. O custo total da reparação está orçada em cerca de 15 mil euros, importância que segundo o comandante António Fonseca "a corporação não tem podido disponibilizar, pois os encargos são muitos".
Os Bombeiros Voluntários do Peso da Régua são aqueles que mais próximo estão do rio Douro, e para onde são canalizadas todas as chamadas via 112 sobre qualquer ocorrência no rio. Ainda no mês passado caiu um carro numa ravina para as margens do Douro e tivemos de nos socorrer de uma embarcação de uma empresa particular para resgatar os passageiros", contou o comandante, "mas nem sempre está disponível"
António Fonseca chama também a atenção para o facto de que através dos barcos de cruzeiro cruzam a Régua nos dois sentidos anualmente mais de 200 mil passageiros: "Actualmente não os podemos socorrer devidamente, dado que primeiro tenho de tentar que me emprestem um barco para transportar os meus homens."
"Já alertei todas as entidades, Protecção Civil, Instituto de Navegabilidade do Douro, Turismo do Douro, mas ninguém se tem mostrado interessado em ajudar a resolver o problema. A Câmara Municipal já muito nos ajuda e também não tem verba para mais, e entretanto a segurança das pessoas no rio Douro está em perigo, é preciso dizê-lo", lamentou.
O DN contactou o presidente da Câmara de Peso da Régua, Nuno Gonçalves, primeiro responsável pela Protecção Civil no concelho, que começou por dizer "este é um problema que ultrapassa em muito o concelho, pois o Douro é muito grande". "Apoiamos os nosso bombeiros em tudo o que podemos.
O nosso subsídio anual ultrapassa os 85 mil euros, suportamos em 50% as despesas da Brigada Permanente no valor de trinta mil euros e comparticipamos numa nova ambulância", frisou. Em relação ao barco que está inoperacional, Nuno Gonçalves diz que há entidades que deveriam tentar resolver a situação, como o IPTM e a Protecção Civil, para quem já chamou a atenção e também o organismo máximo dos bombeiros.
DN

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