Alberto Moiteiro explica que efectuou três ou quatro tentativas, através da secretária da presidente, para marcar uma reunião com Fernanda Asseiceira mas nunca foi bem sucedido. Decidiu expor as suas preocupações por carta uma vez que o Verão estava a chegar e era necessário garantir o apoio camarário que todos os anos é dado ao Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GPIS). “Nunca obtive resposta para marcarmos a reunião. A minha terceira carta foi a da saída”, sublinha.
Fernanda Asseiceira refere que a atribuição desse subsídio nunca foi posta em causa e que era só uma questão de tempo até ser deliberado em reunião de câmara, à semelhança do que acontece com os Bombeiros Voluntários de Minde. “Fiquei surpreendida com essa carta e não percebo o contexto desta saída porque, numa reunião que tive com todos os bombeiros, assumiu que nunca me tinha ligado para o telemóvel, quando lhe dei toda a liberdade para o fazer”, disse a O MIRANTE.
A autarca refere que, em seis meses de mandato, esteve por diversas vezes com o comandante da corporação e nunca sentiu que este tivesse essa urgência em falar sobre o assunto. “Transmitiu-me um conjunto de situações relacionadas com o quartel que já estavam sinalizadas e voltou a fazê-lo por carta”, refere Fernanda Asseiceira.
Já Alberto Moiteiro considera que “há certas questões que devem ser faladas nos locais próprios” e só por essa razão não falou do assunto nas ocasiões em que esteve com a autarca.
“Havia falta de confiança na minha pessoa” - Fernanda Asseiceira considera que a atitude de Alberto Moiteiro foi “uma posição extremada”, assumindo que a única falha que poderá ter existido foi não ter o real conhecimento da insistência do ex-comandante junto da sua secretária em ser recebido. O MIRANTE sabe ainda que as relações entre o ex-comandante dos Bombeiros de Alcanena e o vereador socialista Luís Pires, que actualmente assume a pasta da Protecção Civil, pautaram-se por alguns desentendimentos, na altura em que este último chegou a ser comandante dos Bombeiros Voluntários de Minde. O que também pode ter pesado na decisão de Alberto Moiteiro em deixar o cargo.
Alberto Moiteiro considera que existe “falta de confiança” na sua pessoa e que só isto justifica a ausência de reuniões sobre uma matéria onde o que está em causa é a segurança das populações. “Reconheço que esta saída me entristece, pois toda a minha vida foi pautada pela dedicação e entrega a este corpo de bombeiros”, disse.
Lamentando o sucedido, Fernanda Asseiceira refere que esta é uma oportunidade para renovar o comando e organizar a corporação dos bombeiros municipais. “Precisamos serenar e dar organização a esta casa. Estamos a trabalhar para a dotar de boas instalações e até de todas as condições legais, porque existiam situações menos claras, do ponto de vista legal, que têm que ser corrigidas”, atestou.
Bombeiros sem receber desde Outubro - O ex-comandante dos Bombeiros Municipais de Alcanena alerta ainda para a falta de efectivos no quartel e para o facto de estes, a grande maioria a trabalhar em regime de voluntariado, não receberem desde Outubro de 2009, o subsídio que estava convencionado com o anterior executivo camarário. “Como não pertencem ao quadro, esta situação não era legal”, explica a presidente da autarquia que quer, até final de Julho, encontrar uma solução que permita um enquadramento legal que possibilite a transferência destas verbas, por exemplo, no âmbito da criação de uma associação humanitária.
O Mirante
Sem comentários:
Enviar um comentário