Um técnico de ambulância foi hoje à tarde esfaqueado em Lisboa por um homem que iria socorrer, disse uma fonte do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência, que referiu uma média de um ataque por semana em todo o país.
Ricardo Rocha, presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência, adiantou que estas «situações insuportáveis» atingem também os bombeiros.
«Neste momento só falta morrer alguém», lamentou o dirigente sindical.
A situação de hoje relacionou-se com a assistência a um homem alcoolizado na via pública que, ao entrar numa ambulância do INEM, esfaqueou com uma navalha o técnico, atingindo-o no braço, cabeça e abdómen, contou à agência Lusa Ricardo Rocha.
A vítima perdeu muito sangue e a consciência no local, tendo depois sido transportada para o Hospital de São José, acrescentou a mesma fonte.
Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse que o técnico de ambulância «está a ser tratado no hospital e que, apesar de os ferimentos terem alguma gravidade, deverá ter alta ainda hoje».
«Mais uma vez se demonstra que somos alvos de agressão, mesmo em situações onde a ambulância não devia ir. Em Espanha, é a Polícia que é responsável pelas pessoas alcoolizadas na via pública», exemplificou o dirigente sindical.
Na semana passada, a equipa que hoje ajudou o técnico ferido também foi agredida por uma mulher alcoolizada, enquanto no ano passado, em Braga, numa situação de violência doméstica, técnicos de ambulância foram quase baleados.
«Estas situações deviam passar a ser crime público e deviam existir meios de defesa nas ambulâncias, como gás pimenta», defendeu Ricardo Rocha, acrescentando que as equipas de socorro já vão com «relutância» e «medo» a alguns bairros e «locais problemáticos».
Lusa / SOL
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