quinta-feira, 8 de abril de 2010

Comandante de voluntários critica dirigente nacional de bombeiros

Almeida Lopes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria, teceu críticas à forma de actuação da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), na pessoa de Fernando Curto, pelas declarações que deu, na última segunda-feira, sobre os corpos voluntários leirienses.
À porta dos Paços do Concelho, Fernando Curto criticou a divisão do território municipal em quatro partes, face à existência de igual número de corporações de bombeiros.

"A Lei diz que nos municípios onde há bombeiros profissionais cabe a estes a responsabilidade jurídica e operacional e, em Leiria, há três partes que estão entregues aos bombeiros voluntários, que não sabemos como, com que efectivos e em que modo", referiu o dirigente.
Mantendo-se à margem das reivindicações dos Bombeiros Municipais, o comandante dos Voluntários de Leiria rebateu as declarações, justificando com trabalho, a capacidade dos corpos voluntários de Leiria, Ortigosa e Maceira.

Almeida Lopes acrescentou ainda que as declarações de Fernando Curto são de "falta de cultura democrática" e que vão "contra os princípios do livre associativismo".
Apresentando dados oriundos do Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria, Almeida Lopes mostrou que cerca de 77 por cento (%) das ocorrências foram resolvidas pelos três corpos de bombeiros voluntários.
"Quero dizer que os três corpos fizeram 77% do que foi preciso fazer em 2009. Quando vemos notícias em que é dito que não está garantida a segurança do concelho de Leiria tem de se dizer à população que estes 'arautos' estão a referir-se a 23% do total das ocorrências", disse, acrescentando que as "pessoas têm de viver com tranquilidade".

Garantindo que os bombeiros voluntários estão preparados para responder a qualquer situação de emergência, e referindo-se especificamente aos voluntários de Leiria, Almeida Lopes afirmou ainda que nos três quartéis afectos estão, em permanência, 31 elementos. Aos quais se juntam mais 16 da Maceira e Ortigosa.
"Em Leiria, o principal responsável pela protecção civil do concelho, o presidente da câmara sabe com o que conta. Sabe qual os meios, sabe a disponibilidade e capacidade de mobilização. Sempre que é colocada qualquer situação, sabe que a resposta é positiva", sublinhou.
Sobre as relações entre Municipais e Voluntários, o comandante Almeida Lopes disse que nem sempre foi a mais cordial, havendo uma aproximação progressiva.
"Nos últimos dois anos, essa proximidade operacional foi descuidada, o que gera algum afastamento. Em termos pessoais, a relação entre os quatro comandantes é óptima", disse Almeida Lopes.

Movimento voluntário vem das populações

Reportando-se à origem dos três corpos voluntários, Almeida Lopes defendeu, veementemente, o movimento associativo das populações que também 'alimentou' o crescimento destas associações.
"A palavra 'voluntário' não é sinónimo de amadorismo e incompetência. Quando tenho de pedir apoio aos meus colaboradores, para discutir assuntos mais técnicos, tenho 60 e tal elementos formados nas mais diversas áreas, médicos, enfermeiros, engenheiros, advogados. Qualquer cidadão percebe que é uma mais valia que se reflecte na intervenção dos bombeiros", declarou, acrescentando que o "mais importante não é o dinheiro, é a protecção de pessoas e bens".

Além dos três quartéis dos Bombeiros Voluntários de Leiria, estes estão também responsáveis pela vigilância da Praia do Pedrógão durante o Verão, com quatro homens e uma viatura, bem como pela segurança no Estádio Municipal, que ‘movimenta’ fortes dispositivos..
"Eu e os outros dois comandantes estamos disponíveis para ir à Assembleia Municipal esclarecer tudo isto", concluiu.

Diário de Leiria

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