sábado, 10 de abril de 2010

Fecho dos SAP complica vida a bombeiros

O encerramento dos SAP de Melgaço, Valença, Paredes de Coura e Arcos trouxe uma nova realidade para as corporações de bombeiros. Umas mais que outras, todas assumem que a medida lhes complicou a vida e, mais do que isso, prejudica o socorro às populações.

Dos comandantes e presidentes de Direcção dos bombeiros dos quatro concelhos do Alto Minho que, a 28 de Março, perderam o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), nenhum deixou de apontar debilidades ao novo sistema. "Um serviço que podia demorar uma hora, agora demora duas ou três, dependendo (se o transporte) é para Ponte de Lima ou Viana", alerta o comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez, Carlos Ferreira, que diz temer pelas consequências desta nova realidade, em que, sem as urgências nocturnas, "as 24 horas são todas um período crítico". "Seria mau se enquanto comandante não dissesse que é uma responsabilidade acrescida, que não devia ser na totalidade nossa, até porque a garantia da emergência está no Serviço Nacional de Emergência Médica".

Barbosa da Silva, presidente da direcção dos bombeiros de Paredes de Coura, afirma que a corporação encarou o fecho do SAP local "com tristeza porque afecta não só os bombeiros como a população", e aponta como principal dificuldade "a falta de meios humanos". Para Artur Rodrigues, presidente da direcção dos voluntários de Melgaço, a nova realidade afecta sobretudo a população daquele concelho do interior do distrito, de onde transportar um paciente para a SUB de Monção pode demorar "no mínimo 45 minutos". "Se me perguntarem se o SAP estava melhor aberto, digo que sim. Para o doente isto é muito pior", assume.

Quanto aos bombeiros de Valença, onde nos últimos dias se tem protestado abertamente contra o fecho do SAP, o comandante, Veiga Rodrigues, admite que, sem as urgências, "o tempo de socorro aumenta". "Se formos a Monção é uma hora e meia e se formos para Viana são duas horas, mas esse tempo aumentou e isso condiciona-nos um bocado", afirma, manifestando alguma preocupação com o aumento de população durante a época estival.

JN

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