O arranjo foi realizado intramuros, mercê da dedicação e engenho de um dos seus elementos, um jovem de 24 anos, finalista do curso de Engenharia Civil da Universidade de Trás-os-Montes, por 600 euros, valor gasto em peças.
Victor Silva "é o abono de família da corporação caminhense", reconhece a própria direcção. Em 2009, foram gastos mais de 18 mil euros em reparações e recondicionamentos, uma verba que atingiria montantes insuportáveis, caso o bombeiro (mecânico, como já é conhecido) de 3ª classe não dedicasse grande parte da sua vida ao voluntariado que abraçou desde que participou na vigilância motorizada dos montes, já lá vão mais de sete anos.
Sempre que vai a casa, aos fins-de-semana ou em férias, grande parte do seu tempo livre dedica-o aos bombeiros, onde realiza ainda serviço de ambulância e conduz os veículos pesados, dado que tirou a carta de condução daqueles veículos.
Gosto alimentado desde criança
"Acho que ele se enganou na profissão. Deveria ter tirado o curso de Mecânica", referiu, com algum humor, mas admiração, Casimiro Lages, presidente da direcção, quando, no decorrer de uma assembleia-geral da corporação, foi proposto um voto de louvor para "tanta entrega ao serviço do próximo" de Victor Silva.
"Desde pequeno que gosto de mecânica", admite o jovem bombeiro, sempre às voltas das motos e kartings, onde recolheu os conhecimentos empíricos que agora coloca ao serviço da associação.
Admite que chega a faltar às aulas para que as viaturas do parque automóvel da corporação estejam sempre prontas a entrar em acção, contando com a colaboração dos colegas (nomeadamente Carlos Correia), que vêem nele uma referência. "Há quem lhe diga que poderia ganhar muito dinheiro com a habilidade que tem", diz o comandante, ao que o bombeiro contrapõe: "Não troco isto por nada".
JN
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