Elevada turbulência provocada por helicóptero Kamov dificultou operações de resgate no Basófias, num simulacro organizado pelos Sapadores de Coimbra
Um incêndio na casa das máquinas do barco Basófias, com 15 passageiros a bordo e dois tripulantes, gerou o pânico em pleno rio Mondego. Ouviram-se gritos, pessoas em pânico começaram a saltar para a água – duas acabariam por ser encontradas sem vida – e, na ponte de Santa Clara, foram-se acumulando dezenas de curiosos a tentar perceber o que se estava a passar ontem de manhã. Seria dramático, se não se tratasse de um simulacro organizado pela Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra para treinar procedimentos em meio aquático.
Com 128 pessoas envolvidas e 35 equipamentos, dos Sapadores, Voluntários de Coimbra, Voluntários de Brasfemes, Cruz Vermelha, INEM, Polícia de Segurança Pública (PSP), Polícia Municipal, Guarda Nacional Republicana (GNR) e Comando Distrital de Operações de Socorro, o exercício não correu totalmente como previsto, devido à forte turbulência provocada pelo helicóptero Kamov, que dificultou as acções de resgate.
De acordo com Avelino Dantas, comandante dos Bombeiros Sapadores, numa situação real, o meio aéreo solicitado teria sido um helicóptero do INEM, «mas esses estão de prevenção para vítimas reais». «Não fazia sentido desviarmos um helicóptero destes para um exercício e depois pôr em causa a prestação de socorro a vítimas», explicou, certo que foi corrido um risco, acrescido pelo facto de o Basófias ser uma embarcação «com um casco plano», que acabou por ser muito susceptível à força do meio aéreo.
A opção foi encostar o barco turístico totalmente à berma – parte da deslocação já tinha sido provocada pela turbulência – e continuar com o exercício.
“Algumas coisas a corrigir”
Tudo começou às 10h30. O incêndio deflagrou a bordo e a tripulação começou por combatê-lo com os meios disponíveis, mas estes revelaram-se impotentes para resolver a situação, pelo que foi feita a comunicação para o 112, que activou os Bombeiros Sapadores, o INEM e a PSP. O CDOS, que também recebeu a comunicação, providenciou um meio aéreo, em reforço das equipas terrestres do INEM.
“Algumas coisas a corrigir”
Tudo começou às 10h30. O incêndio deflagrou a bordo e a tripulação começou por combatê-lo com os meios disponíveis, mas estes revelaram-se impotentes para resolver a situação, pelo que foi feita a comunicação para o 112, que activou os Bombeiros Sapadores, o INEM e a PSP. O CDOS, que também recebeu a comunicação, providenciou um meio aéreo, em reforço das equipas terrestres do INEM.
Entretanto, foi accionada a saída do veículo urbano de combate a incêndios, que chegou ao teatro de operações às 10h57, e equipas de nadadores salvadores. Enquanto a Polícia Municipal recebia a informação, o INEM accionou uma viatura de intervenção em catástrofe com um posto médico avançado para prestação de cuidados às vítimas.
Devido à gravidade da situação, a PSP e a Polícia Municipal começaram a condicionar o trânsito e delimitaram um perímetro para que os meios de socorro pudessem trabalhar em segurança, aumentando o número de pessoas que se concentrava na zona, muitas delas com máquinas fotográficas a registar vários dos momentos. «Nunca vi nada assim. Estava tão preocupada e, afinal, não é real», dizia uma senhora que assistia a tudo, com o máximo de atenção.
Passados pouco mais de 10 minutos sobre o alerta, duas equipas de nadadores salvadores entraram em acção e, pouco depois, as primeiras vítimas atingiam as margens. Foram pedidos reforços de meios e um veículo de comando táctico, enquanto a equipa do veículo de combate a incêndios se preparava para aceder ao Basófias – no meio do rio – em rappel. É, então, que se comunica a existência de uma vítima queimada no Basófias, que começou por ser assistida por uma equipa sanitária de suporte básico de vida dos Bombeiros de Brasfemes.
Com a entrada em cena do helicóptero, às 11h03, as forças de segurança deram ordem para o corte total do trânsito na ponte de Santa Clara, ao mesmo tempo que se cancelaram as manobras de recuperação de vítimas no rio, por motivos de segurança. Surgiram dificuldades inesperadas, devido à forte turbulência provocada Kamov Hexa 1.
Já com o Basófias na berma, desceu a equipa médica e depois a maca, onde foi colocada a vítima para ser transportada ao hospital, numa operação de resgate algo atribulada – vítima e o recuperador chegaram a entrar dentro de água, quando já iam no guincho –, que terminou cerca de 50 minutos depois de iniciada.
Com a retirada do helicóptero do teatro de operações, a polícia reabriu ao trânsito a faixa norte da ponte e retomaram-se as acções de resgate no rio, já que se encontravam duas pessoas desaparecidas.
Entretanto, chegou a informação que uma viatura ligeira caiu à água na margem direita da ponte, durante as operações aéreas, pelo que foi necessário accionar uma equipa de desencarceramento subaquático e mais duas equipas de mergulhadores.
Entretanto, chegou a informação que uma viatura ligeira caiu à água na margem direita da ponte, durante as operações aéreas, pelo que foi necessário accionar uma equipa de desencarceramento subaquático e mais duas equipas de mergulhadores.
O exercício terminou com o balanço de três mortos – dois deles passageiros do Basófias e outro da veículo submerso –, com Avelino Dantas a fazer um balanço positivo, apesar de assumir que há «algumas coisas a corrigir». Seja como for, o objectivo foi cumprido, nomeadamente o teste à coordenação entre todos os agentes de Protecção Civil.
População alarmada com aparato junto ao rio
O exercício de ontem apanhou a população da cidade de surpresa. Aliás, como qualquer acidente real. Os cortes no trânsito, as sirenes, o corrupio de ambulâncias pelas ruas em direcção ao centro da cidade. Inicialmente, poucos terão percebido que se tratava de um simulacro, tanto que na redacção do Diário de Coimbra choveram telefonemas de pessoas preocupadas com uma possível ocorrência de gravidade.
População alarmada com aparato junto ao rio
O exercício de ontem apanhou a população da cidade de surpresa. Aliás, como qualquer acidente real. Os cortes no trânsito, as sirenes, o corrupio de ambulâncias pelas ruas em direcção ao centro da cidade. Inicialmente, poucos terão percebido que se tratava de um simulacro, tanto que na redacção do Diário de Coimbra choveram telefonemas de pessoas preocupadas com uma possível ocorrência de gravidade.
Quem se encontrava nas proximidades do local do treino aos procedimentos em meio aquático acabou por assistir a manobras que, no dia-a-dia, não são habituais.
Diário de Coimbra
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