quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

“Se não fosse a ajuda da câmara os bombeiros já tinham fechado portas”

O novo quartel estará pronto em Maio, mas a Associação dos Bombeiros Voluntários de Castanheira do Ribatejo não tem dinheiro para equipar as novas instalações. O presidente da associação confessa que só a ajuda financeira da

A inauguração do novo quartel dos bombeiros está prevista para final de Maio, mas a corporação não tem verbas para equipar as novas instalações. O alerta é deixado pelo presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira, Carlos Correia.

Carlos Correia revela que a associação atravessa de momento uma grave crise financeira e só a ajuda da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tem assegurado a continuidade do serviço na localidade.

“A população vê um novo quartel a ser construído e pensa que os bombeiros estão cheios de dinheiro, mas a realidade é precisamente o contrário e se não fosse a ajuda da Câmara já tínhamos fechado portas”, assegura o responsável. “O que temos dá apenas para o dia-a-dia da corporação e mesmo assim é muito esticadinho”, sublinha.

A plataforma logística Abertis, na Castanheira do Ribatejo, avançou com a verba inicial (650 mil euros) para ajudar a construção do novo quartel dos bombeiros, no âmbito do protocolo de responsabilidade social estabelecido entre a empresa e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, mas o valor não cobria o montante total do projecto. “Neste momento o valor da obra ronda os 760 mil euros, ou seja os 110 mil euros adicionais são uma verba que vai sair do orçamento da câmara. A associação não irá ter qualquer tipo de despesa relativamente à construção do novo quartel”, esclarece Carlos Correia.

Quanto aos equipamentos para as novas instalações o presidente da associação de bombeiros está esperançado na ajuda da Junta de Freguesia, bem como de algumas entidades locais. “Iremos junto de algumas empresas da região tentar conseguir algumas verbas, mas em tempo de crise é muito complicado”, diz com apreensão. “Temos de arranjar pelo menos o mínimo dos mínimos porque o outro equipamento é muito antigo. Estamos a pensar também em realizar eventos para angariar verbas, como já foi feito no passado, umas corridas de touros ou umas vacadas ”, explica.

A principal queixa da associação prende-se com o subsídio único atribuído pelo Ministério da Administração Interna. “Antes o que acontecia era que nos era devolvido o valor da segurança social dos funcionários e agora não. Com este novo subsídio as associações ficaram gravemente prejudicadas. Recebemos cerca de 3 mil e 200 euros. O ano passado tivemos 90 euros de aumento. O que é esse valor para uma instituição destas? Dá para comprar uns pares de botas! Nós temos de pagar água, luz, gás, seguros das viaturas e acidentes de trabalho dos empregados, inspecções, manutenções, equipamento para o posto de saúde… Não dá!”, queixa-se com indignação.

Actualmente as despesas da associação ultrapassam as receitas obtidas. Há também entidades que têm pagamentos em atraso aos bombeiros o que dificulta ainda mais o trabalho de gestão financeira.

A acrescer a este problema há também sócios que não pagam quotas há dois anos. “Em relação aos sócios o problema está resolvido. A associação tinha cerca de 2700 sócios e agora tem 1030. Foram excluídos 1700 sócios que não pagavam quotas desde 2007 e a tabela de preços dos não-sócios triplicou”, conclui.

Carlos Correia apela por isso a que a população colabore mais com os bombeiros voluntários e lança o convite a todos os jovens com mais de 16 anos e algum tempo para servir a comunidade para que se inscrevam no corpo de bombeiros de forma a que a corporação disponibilize “um maior leque de massa humana à população”.câmara tem impedido a corporação de fechar portas.

O Mirante

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