Os bombeiros resgataram ontem mais um corpo do interior de um carro que foi arrastado na enxurrada que atingiu uma zona habitacional da Luso-Brasileira, sendo a terceira morte – dois adultos e uma criança - confirmada naquele local. Contudo, há todas as possibilidades de haver mais vítimas mortais neste mesmo sítio, tendo em conta que existem mais duas viaturas espremidas e cheias de lama, na mesma zona habitacional, situação que impossibilita qualquer reconhecimento pelo lado exterior.
A operação de desencarceramento desencadeada pelos Bombeiros Voluntários Madeirenses, a partir da manhã, teve um grau elevadas dificuldades visto que a viatura ficou atolada entre uma parede e uma casa. O veículo encontrava-se de lado e de tal forma espremido que mais parecia ter sido encaixado naquele local.
Na acção de desencarceramento, os bombeiros tiveram de cortar o veículo numa posição complicada, de forma a abrir um buraco para poderem retirar a vítima, confirmou um dos elementos desta corporação. Trata-se do corpo pertencente a um homem de meia-idade. Após esta operação, os bombeiros passaram a uma segunda-viatura, um táxi, também carregada com lama e entalada entre duas casas, com fortes suspeitas de pessoas no interior.
Pelo menos o motorista desta viatura era dado como desaparecido pela família e havia possibilidades de mais uma vítima no interior, já que o veículo transportava um casal estrangeiro tendo em conta que o marido terá conseguido se safar e alertado as pessoas do local que o táxi com a sua esposa tinha desaparecido para cima daquelas casas. Ao fim do dia, o tejadilho deste carro já tinha sido retirado pelos bombeiros, mas os trabalhos continuavam com todos os cuidados. Com efeito, fonte dos BVM informava que não tinha sido encontrado corpos dentro deste e da terceira viatura que se encontrava igualmente alojada entre duas casas.
As três viaturas serão hoje, pelas 10 horas, removidas daquele local com o recurso a uma grua. As casas ficaram inabitadas, pois a força das águas fizeram um túnel de passagem pelo interior das residências, levando tudo pela frente.
A enxurrada partiu das Babosas, no Monte, ganhou força em direcção ao Funchal, arranjando caminho por tudo o que era canto, deixando um rasto de destruição inimaginável. Passou no Caminho da Portada de Santo António, galgou a via rápida, desceu pela Luso-Brasileira, Pena e Funchal.
Tudo o que apanhou pela frente deixou marcas que não vão ser fáceis de esquecer.
Jornal da Madeira
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