A homenagem a Fernando Pena, antigo comandante dos Bombeiros Voluntários de S. Mamede de Infesta, foi uma das iniciativas realizadas durante as comemorações do 92º aniversário da corporação, no domingo. Antes da cerimónia, procedeu-se à condecoração de elementos do corpo activo.
Entre os presentes, Guilherme Pinto e Joana Felício, respectivamente presidente da Câmara e vereadora da Protecção Civil, Arnaldo Freitas, em representação da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, representantes de instituições mamedenses, além de toda a direcção e comandante dos Soldados da Paz.
Leonida Morais, presidente da direcção, virando-se para os bombeiros perfilados na parada lembrou que nos aniversários é costume a direcção oferecer uma prenda, pelo que este ano entregava ao corpo activo seis rádios e dois suportes de vida. Seguiu-se a entrega de medalhas a diversos bombeiros pelos serviços prestados.
No salão nobre, Leonida Morais manifestou-se satisfeita por terem comparecido muitos representantes de instituições de S. Mamede de Infesta, referindo que “uma forma simpática e até honrosa de comemorar um aniversário é homenagear alguém ainda vivo”, apesar de Fernando Pena não ter podido estar presente: “Estamos com ele. Foi um homem que serviu esta casa, estão aqui alguns membros do corpo activo que foram seus subordinados, e são testemunhas de que merecia ser distinguido por esta instituição”.
Eduardo Soares, colaborador do JM, fez um historial da acção de Fernando Pena como ex-bombeiro, tendo iniciado as suas funções com 15 anos de idade e prestado serviço durante mais de 32 anos: “Infelizmente por razões de saúde não temos o grato prazer da sua presença, o que o impede de assistir a esta cerimónia, que não é nem mais nem menos do que o propósito de exaltar a sua abnegação no alto cargo que ocupou e reconhecer todos os seus méritos durante tão longo e exaustivo período que aqui passou, assinalado sempre por uma entrega total e sem outras directivas que não fosse dar a vida para salvar outra vida”.
Fernando Pena “dedicou-se de tal forma a esta casa que mereceu a admiração e respeito de todos quantos o conhecem”, lembrou Eduardo Soares, recordando que no Verão de 1946 um grupo de estudantes – Carlos Fernando Ferreira da Silva, João Baptista Abreu Ferreira, Eduardo Rodrigo Freitas Carneiro, Fernando Pena e Eduardo Soares –, ajudaram a organizar um piquete de prevenção no quartel e que o único jovem que tomou a decisão de se alistar como voluntário foi Fernando Pena: “Começou a vida de um extraordinário bombeiro, evidenciando um querer inabalável, sempre com a sua generosidade ao serviço dos outros”.
Foi, posteriormente, comandante da corporação até 1978, sendo condecorado com a Medalha de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, Medalha de Mérito Dourada da Câmara Municipal de Matosinhos e com a Medalha de Serviços Distintos da Corporação.
Guilherme Pinto reconheceu que “não podia deixar de estar presente nesta cerimónia”, concordando com a homenagem, pois “uma instituição tem sempre de recordar os que foram somando as suas pedras. O que faz as instituições são sobretudo as pessoas”.
Olhando para Leonida Morais, o edil afirmou que “pode contar com a Câmara”, prometendo que a municipalidade ajudará a corporação a construir a segunda fase do quartel: “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o sonho seja concretizado. Já fizemos o projecto, mas não vou dizer que será lançado este ano”.
Finalizados os discursos, o sócio número um, Armindo Mendes, com cerca de 80 anos de associado, lançou a primeira pedra para a construção da segunda fase do quartel, nas traseiras do actual edifício. Leonida Morais afirmou que se trata de “um sonho de todos nós, e estou convencida de que a Câmara nos vai ajudar”, bem como a população de S. Mamede de Infesta. Em causa está a construção de um parque de estacionamento das viaturas, oficina, vestiários para os bombeiros e salas para a fanfarra.
Jornal de Matosinhos
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