O acampamento construído em Delmas, nos arredores capital haitiana, encontra-se agora a ser administrado pela Assistência Médica Internacional (AMI). O ministro da Administração Interna, que recebeu a Força Operacional Conjunta em Lisboa, assegurou que a organização não governamental vai continuar a ter o "apoio necessário" por parte do Executivo.
No complexo de Delmas, assinalou Rui Pereira, "estão a ser directamente apoiadas 615 pessoas, 20 das quais crianças, e mais de mil indirectamente, fora do campo". O governante agradeceu o "trabalho notável" realizado pela equipa portuguesa: "É comovente ver que numa situação tão trágica como é aquela que o Haiti vive há forças para reconstruir, para renascer, para apoiar as pessoas que estão desalojadas, numa situação de grave carência e sobretudo também as crianças".
Governo pondera participação na missão da União Europeia
Em declarações à agência Lusa, o ministro da Administração Interna adiantou que o Governo está "a ponderar ainda" o envio de uma nova equipa portuguesa, no âmbito da força conjunta de assistência às vítimas do sismo de 12 de Janeiro entretanto anunciada pela União Europeia.
Contudo, Rui Pereira sublinhou que "não vale a pena estar a especular" sobre a composição da nova força portuguesa.
No interior de um hangar do aeroporto militar de Figo Maduro, o governante voltaria a agradecer o trabalho desenvolvido pela FOCON no terreno.
"Acompanhamos no dia-a-dia o vosso esforço e soubemos com muito orgulho que foram os primeiros a montar um acampamento organizado no Haiti. Soubemos que deram o vosso melhor no apoio àquela população vítima de uma tragédia devastadora", disse Rui Pereira.
"Missão cumprida"
O acampamento erguido em Delmas inclui 65 tendas. Foram instalados dois depósitos de água com uma capacidade de 20 mil litros, para além de três dezenas de latrinas, redes eléctricas e de drenagem, um posto de assistência médica, um infantário e uma estação de purificação de água.
O comandante Elísio Oliveira, responsável pela FOCON, mostrou-se também orgulhoso pelo trabalho desenvolvido em território haitiano.
"O sentimento de todos os elementos que participaram nesta força conjunta é de missão cumprida. Saímos daqui com uma missão e o voto de confiança de Portugal e dos portugueses, que ajudaram de várias formas, e portanto cumprimos o nosso dever e é com muita satisfação que estamos de regresso", afirmou.
O sismo de magnitude 7.0 na escala de Richter que atingiu o Haiti a 12 de Janeiro fez pelo menos 170 mil mortos e deixou um milhão de pessoas sem tecto.
Pelo que custou essa missão, cerca de meio milhão de euros, fizeram muito pouco.
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