terça-feira, 23 de março de 2010

Queda de helicóptero na Serra da Estrela deveu-se a "situação de rotação inesperada"

A queda do helicóptero na Serra da Estrela, a 13 de junho de 2009, foi originada pela "perda de controlo da aeronave que entrou numa situação de rotação inesperada para a direita", refere o relatório final do acidente.
Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), o acidente – que provocou três feridos – deveu-se à perda de controlo da aeronave, que entrou "numa situação de rotação inesperada para a direita com perda de efetividade do rotor de cauda".

O documento de 22 páginas aponta como "fatores contributivos" para a queda o voar "a baixa altitude acima do terreno", "a baixa velocidade de translação", "com uma massa total elevada, para as condições de altitude e temperatura" e "a utilização de potência muito próxima do limite máximo".

No relatório publicado na Internet não são emitidas recomendações de segurança mas, "por se tratar de um fenómeno típico dos helicópteros mono rotores com rotor de cauda", é sugerido que os operadores incluam "nos seus programas de treino recorrente uma revisão das causas e características deste fenómeno, alertando as tripulações para a necessidade da prevenção e reação atempada para evitar as suas consequências".

O piloto do helicóptero acidentado, espanhol, de 37 anos, "estava devidamente qualificado e não manifestava qualquer sintoma que recomendasse o seu afastamento da missão", lê-se.

"Era um dos pilotos instrutores da empresa mais experientes neste género de trabalhos e havia sido escolhido propositadamente para esta missão", acrescenta.

O documento esclarece ainda que "na execução de uma volta para a direita, a baixa velocidade e altitude, a aeronave entrou numa rotação inesperada para a direita" e "o piloto não dispunha de altitude necessária para poder recuperar da situação de perda de controlo da aeronave e não conseguiu evitar a sua colisão com o solo".

O helicóptero Bell 206 B3, matrícula CS-HFB, caiu na tarde de 13 de junho do ano passado, numa encosta do alto de S. Bento, na Serra da Estrela, a 1 700 metros de altitude, junto à Estrada Nacional 338, que liga Portela de Arão à Lagoa Comprida, no concelho de Seia.

Estava a fazer filmagens aéreas ao serviço de uma produtora, e a queda provocou dois feridos graves (realizador e operador de câmara), e um ligeiro (piloto).

Ainda segundo o relatório do GPIAA, no dia do acidente, pelas 15:35, "quando o realizador deu por terminadas as filmagens com o primeiro carro e pediu para ir ao encontro do segundo, a aeronave voava a baixa velocidade e com muita potência introduzida".

"Ao iniciar a volta rápida para a direita, o piloto aliviou automaticamente a pressão no pedal esquerdo o que permitiu a entrada do helicóptero numa situação de rotação inesperada para a direita", lê-se no documento.

Também é relatado que "sem que o piloto tivesse possibilidade de recuperar o controlo, o helicóptero efetuou quatro voltas de 360 sobre si mesmo e acabou por colidir violentamente com o terreno".
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Fotografia de: Pedro amaro
Lusa/SIC

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