quarta-feira, 3 de março de 2010

Missão da UE parte para o Chile quinta-feira

A missão da União Europeia que quinta feira parte para o Chile, na sequência do sismo que atingiu aquele país, e que integra dois portugueses, vai fazer uma avaliação no terreno das principais necessidades.

O Comandante Distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Leiria, José Manuel Moura, é o perito que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) vai enviar para o Chile integrado numa equipa de avaliação e coordenação da União Europeia, no quadro do Mecanismo Comunitário de Protecção Civil, na sequência do pedido de assistência internacional das autoridades chilenas.

Em conferência de imprensa, José Manuel Moura explicou que a missão tem por objectivo identificar as necessidades para que depois Bruxelas "envie uma nova remessa" daquilo que o Chile necessita.

"Vamos avaliar a situação no terreno, colocar-nos à disposição das autoridades locais e fazer a articulação com todas as equipas internacionais no terreno", disse, adiantando que mais detalhes da missão só vão ser conhecidos após a reunião que hoje se realiza em Bruxelas, antes da partida para Santiago do Chile.

Segundo o CODIS de Leiria, o Chile não pediu equipas de emergência de busca e salvamento, tendo solicitado meios para suportar a logística dos dois milhões de pessoas afectadas.

Também presente na conferencia de imprensa, o cônsul do Chile em Lisboa, Erwan Varas, referiu que o pedido de ajuda internacional foi lançado cerca de 50 horas depois do sismo porque os chilenos "sabem quais os procedimentos" e têm "equipas para responder às necessidades imediatas".

"O Chile tem um organismo de protecção civil, estamos habituados a ter catástrofes naturais. Temos terramotos quase todos os anos. A primeira coisa que tínhamos que fazer era chegar ao terreno e fazer uma avaliação das necessidades", disse, acrescentando que as equipas internacionais tem que fazer uma avaliação com a protecção civil local que está a coordenar todas as operações.

Para o cônsul, esta coordenação é fundamental para que não exista "uma desorganização e duplicações de ajudas internacionais".

Segundo Erwan Varas, a maioria dos países têm enviado a ajuda solicitada pelo Chile.

Além de José Manuel Moura, a missão da UE é ainda composta por uma outra portuguesa, Vera Goldschmidt, que é a oficial de ligação do Mecanismo Europeia de Protecção Civil.

A missão da União Europeia, composta por seis elementos, vai ficar no Chile até 19 de Março.

O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Arnaldo Cruz, salientou que Portugal tem uma "dívida grande" com o Chile, uma vez que tem "beneficiado" da ajuda de bombeiros chilenos no combate a incêndios florestais, tendo seis perdido a vida num fogo na Guarda, em 2006.

Disse ainda que na retaguarda está preparada uma equipa para seguir para o Chile, tendo o presidente da Câmara de Lisboa já disponibilizado os bombeiros sapadores.

Segundo o último balanço oficial do sismo de magnitude 8,8 na escala aberta de Richter é de 799 mortos e dois milhões de pessoas afectadas.

JN

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