sexta-feira, 5 de março de 2010

Liga dos Bombeiros vai pedir apoio ao Presidente da República, primeiro ministro e partidos

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu esta semana pedir reuniões ao Presidente da República, primeiro ministro e partidos políticos para pedir apoios na resolução das questões relacionadas com o transporte de doentes e o regime de financiamento das corporações.

Os bombeiros costumam ouvir "retóricas elogiosas" ao seu papel, mas tais elogios "não resolvem os problemas", disse à agência Lusa o presidente da LBP, Duarte Caldeira, adiantando que vão pedir audiências ao Presidente da República, Cavaco Silva, ao primeiro ministro, José Sócrates, e aos presidentes dos grupos parlamentar, para solicitar apoios "na resolução de soluções" para o transporte de doentes e o regime de financiamento das corporações, que tem vindo a ser adiado.

O pedido de audiências foi hoje decidido numa reunião do conselho executivo da LBP, em Alverca, onde 17 dos 18 presidentes das federações distritais de bombeiros analisaram a situação do transporte programado de doentes.

Os bombeiros consideram que o protocolo estabelecido entre a LBP e o Ministério da Saúde, que entrou em vigor a 01 de outubro do ano passado, não está a ser cumprido por parte das estruturas regionais e locais de saúde, sendo até "desconhecido" por algumas das estruturas, adiantou Duarte Caldeira.

O presidente da LBP chamou também a atenção para o que se está a passar na Guarda, onde existe um regulamento de transportes programados de doentes que prevê a utilização de outros meios em vez das ambulâncias, nomeadamente táxis e transportes públicos.

Duarte Caldeira sublinhou que desde que entrou em vigor o protocolo há "uma redução substancial" no transporte de doentes por parte dos bombeiros, tendo-se registado nos dois primeiros meses deste ano um corte entre os 20 e os 25 por cento.

Para a LBP, a opção dos transportes públicos ou táxis coloca em "causa a qualidade do serviço prestado aos doentes" e o futuro laboral de centenas de bombeiros, tripulantes de ambulância, contratados pelas associações para fazer face, nos últimos 30 anos, às solicitações do "próprio Estado, através do Ministério da Saúde".

Inicialmente os bombeiros tinham falado numa greve, mas Duarte Caldeira disse que essa hipótese foi colocada de lado, uma vez que só "teria como consequência prejudicar os utentes".

A LBP lamenta também que o regime de financiamentos dos corpos de bombeiros, que "já era um compromisso do anterior executivo", não esteja previsto no Orçamento do Estado para este ano.

Duarte Caldeira considerou o regime de financiamento um "instrumento fundamental" para os corpos de bombeiros, sendo "a salvaguarda de sobrevivência destas instituições".

Como a questão do transporte de doentes é tutelada pelo Ministério da Saúde e o regime de financiamento deve ser criado pelo Ministério da Administração Interna, a Liga dos Bombeiros Portugueses decidiu fazer "diligências" junto do Presidente da República, primeiro ministro e partidos políticos com assento parlamentar.

ionline

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