sábado, 13 de março de 2010

Bombeiros sem material para resgatar encarcerados

Os Bombeiros de Alcochete estão sem equipamento para desencarcerar vítimas, o que impede o socorro adequado a acidentes que ocorram, por exemplo, no sentido Sul/Norte da Ponte Vasco da Gama. Há 12 anos que usavam a mesma viatura, agora inoperacional.

Se houvesse um acidente "seria muito complicado", alerta o comandante Paulo Vieira, lembrando que "há situações em que a rapidez é essencial". "Temos de solicitar o carro do quartel mais próximo, mas podemos correr o risco de a corporação do Montijo estar noutro acidente e termos de pedir ao Pinhal Novo", exemplifica, frisando que, a par da ponte, a corporação está afecta a outras estradas com sinistralidade elevada, como a nacional 118, em Samora Correia.

"Agora estamos dependentes da sorte. A viatura de desencarceramento anda, mas o equipamento não funciona. Estamos por isso limitados para dar resposta adequada", avisa também o chefe do corpo de bombeiros, Ricardo Gonçalves.

A viatura, que data de 1998, ficou danificada no passado dia 2, quando a corporação foi chamada para um despiste na Estrada Nacional 502. Os bombeiros conseguiram retirar com vida, do interior do veículo sinistrado, o condutor, Ricardo Augusto, de 35 anos, que se mantém em coma no hospital, mas partiram uma das lâminas da tesoura usada no corte.

Obsoleto, mas imprescindível

"Danificámos o equipamento nas manobras de afastamento do tejadilho. Felizmente, já tínhamos assegurado a saída do Ricardo", conta o chefe dos bombeiros. "Era um equipamento obsoleto, mas imprescindível", afirma, corroborando as queixas do comandante. "Tinha 12 anos ao serviço e já não tinha força", realça Paulo Vieira.

Sem dinheiro para comprar novo equipamento, os bombeiros temem pela falta de meios para salvar vidas. "Uma viatura de desencarceramento bem equipada ultrapassa os 70 mil euros", estima Ricardo Gonçalves. "Só com cerca de 15 a 20 mil euros conseguimos comprar material para substituir todo o equipamento de corte e para esticar as chapas", avança, por outro lado, o comandante, denunciando que a última viatura oferecida pelo Estado é de 2005.

JN

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