segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Ele era um homem prestável, estimado e dedicado"

O ambiente no quartel dos Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo, em Lisboa, era ontem de profunda consternação.

À medida que as horas iam passando, chegavam familiares, colegas e amigos das vítimas do acidente. Alguns permaneciam em silêncio, uns pareciam incrédulos, outros choravam a má fortuna.

A dada altura, um jovem bombeiro colocou a bandeira da corporação a meia-haste. Era o início do luto pela morte do 2º comandante Carlos Santos, profissional acarinhado, admirado e respeitado na corporação.

"A corporação está em baixo" - "Ele era um homem prestável, estimado e dedicado", disse-nos, com os olhos embaciados na comoção, o comandante da corporação, Paulo Mina. "E foi levado sem qualquer explicação", afirmou.

Segundo foi dito ao JN, o 2º comandante Carlos Santos teria cerca de 50 anos e deixou uma esposa e os pais ainda vivos. "Estamos a fazer o acompanhamento das famílias através de psicólogos", afirmou Paulo Mina. No quartel dos Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo estavam também elementos da Protecção Civil de Lisboa e o vereador Manuel Brito.

"Animicamente a corporação está em baixo", apontou o comandante Manuel Mina, garantindo que "neste momento temos que recuperar a confiança e o ânimo destes homens porque não é fácil perder um amigo e saber que os homens estão no hospital e nós não podemos fazer nada". "Queremos recuperar este corpo de bombeiros desta tragédia", sublinhou.

As vítimas do acidente estavam a regressar a Lisboa depois de terem feito mais de 300 quilómetros para o Norte com o intuito de ajudar o combate a fogos em Fafe e Celorico de Basto.

"A informação que nós temos é que tinham descansado o suficiente para fazerem o seu regresso", asseverou Paulo Mina, frisando ainda a sua certeza de que "eles foram uma ajuda preciosa" na luta contra os fogos em Fafe e Celorico de Basto.

JN

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