No Verão aumentam os incêndios mas também os acidentes. Em Castelo de Paiva o material de desencarceramento anda numa ambulância.
O levantamento das necessidades foi feito em 2007, houve uma candidatura de um pacote de 95 viaturas para operações de protecção civil ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), a despesa foi aprovada duas vezes em conselho de ministros, e, ainda assim, passaram três anos e nenhuma das corporações recebeu os carros prometidos. As queixas partem dos bombeiros que desde 2007 estão à espera dos meios, que então definiram então como prioritários. Contactado pelo i, o Ministério da Administração Interna (MAI), com a tutela do processo, não faz qualquer ponto de situação da entrega das viaturas, a maioria carros de combate a incêndios, florestais e urbanos, viaturas de desencarceramento que os bombeiros sublinham que fazem falta já este Verão.
Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), assegura que há garantia de que as entregas vão começar entre Novembro e Outubro, pelo menos para os sete lotes (por categorias de veículos) que já foram adjudicados. Segundo o dirigente, continua por decidir a que empresas vão ser contratadas as viaturas de desencarceramento (VSAT). "Tem havido uma série de acidentes de percurso de natureza burocrática", explica Duarte Caldeira. O último foi o facto de um dos oito lotes submetidos a concurso público internacional não ter tido concorrentes, o que levou à exclusão das propostas apresentadas para os restantes. Só há um ano foi aprovado um novo concurso público para procedimento pré--contratual de ajuste directo, lê-se num despacho do MAI de Setembro de 2009.
O segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Milfontes lembra-se do dia da promessa: 1 de Fevereiro de 2007. "Somos a corporação mais jovem do país e não temos nenhum veículo de combate a incêndios florestais (VFCI)", diz Francisco Santos. O atraso, condena, "é uma falta de responsabilidade" e pode um dia até pô-los "em xeque perante a população".
A queixa repete-se de norte a sul. Para João Naia, segundo comandante dos Bombeiros Novos de Aveiro, as duas VCFI - há três anos que espera uma terceira -, têm sido poucas para os fogos que têm ajudado a combater em Sever do Vouga, Casal de Cambra e Arouca. Para piorar um pouco as coisas, uma delas, com 16 anos, está na oficina. Joaquim Rodrigues, comandante dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva - a quem falta uma viatura de desencarceramento -, diz que o único material, com mais de duas décadas, anda aos tombos numa ambulância. Em Julho, demoraram mais de duas horas a desencarcerar cinco pessoas num acidente que fez dois mortos. "Os bombeiros mais próximos, de Lourosa e Fajões, estão a 45 minutos. Todos corremos o risco de um dia ficar à espera uma hora até que apareça uma viatura em condições", revela.
O atraso e a falta de informação são as principais críticas dos comandantes. Dizem ainda que o levantamento de necessidades foi feito em 2007, e que já poderia haver uma nova auscultação. Para Duarte Caldeira, esta é apenas a ponta do icebergue de um "défice enorme de equipamento". Mais grave ainda, adianta, é não haver um inventário dos meios. "Era indispensável tipificar as actuações de cada corporação para perceber que equipamentos fazem ou não falta", sublinha. No Verão, não só com os incêndios mas também com o aumento dos acidentes de viação, a lacuna sente-se mais, reconhece. "Negligência será sempre. Mas também não está definido por lei o que compete ao Ministério da Administração Interna ou às autarquias. São muitos os culpados."
Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), assegura que há garantia de que as entregas vão começar entre Novembro e Outubro, pelo menos para os sete lotes (por categorias de veículos) que já foram adjudicados. Segundo o dirigente, continua por decidir a que empresas vão ser contratadas as viaturas de desencarceramento (VSAT). "Tem havido uma série de acidentes de percurso de natureza burocrática", explica Duarte Caldeira. O último foi o facto de um dos oito lotes submetidos a concurso público internacional não ter tido concorrentes, o que levou à exclusão das propostas apresentadas para os restantes. Só há um ano foi aprovado um novo concurso público para procedimento pré--contratual de ajuste directo, lê-se num despacho do MAI de Setembro de 2009.
O segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Milfontes lembra-se do dia da promessa: 1 de Fevereiro de 2007. "Somos a corporação mais jovem do país e não temos nenhum veículo de combate a incêndios florestais (VFCI)", diz Francisco Santos. O atraso, condena, "é uma falta de responsabilidade" e pode um dia até pô-los "em xeque perante a população".
A queixa repete-se de norte a sul. Para João Naia, segundo comandante dos Bombeiros Novos de Aveiro, as duas VCFI - há três anos que espera uma terceira -, têm sido poucas para os fogos que têm ajudado a combater em Sever do Vouga, Casal de Cambra e Arouca. Para piorar um pouco as coisas, uma delas, com 16 anos, está na oficina. Joaquim Rodrigues, comandante dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva - a quem falta uma viatura de desencarceramento -, diz que o único material, com mais de duas décadas, anda aos tombos numa ambulância. Em Julho, demoraram mais de duas horas a desencarcerar cinco pessoas num acidente que fez dois mortos. "Os bombeiros mais próximos, de Lourosa e Fajões, estão a 45 minutos. Todos corremos o risco de um dia ficar à espera uma hora até que apareça uma viatura em condições", revela.
O atraso e a falta de informação são as principais críticas dos comandantes. Dizem ainda que o levantamento de necessidades foi feito em 2007, e que já poderia haver uma nova auscultação. Para Duarte Caldeira, esta é apenas a ponta do icebergue de um "défice enorme de equipamento". Mais grave ainda, adianta, é não haver um inventário dos meios. "Era indispensável tipificar as actuações de cada corporação para perceber que equipamentos fazem ou não falta", sublinha. No Verão, não só com os incêndios mas também com o aumento dos acidentes de viação, a lacuna sente-se mais, reconhece. "Negligência será sempre. Mas também não está definido por lei o que compete ao Ministério da Administração Interna ou às autarquias. São muitos os culpados."
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