Em declarações à agência Lusa, Santinho Pacheco disse ter-se apercebido cerca das 22h00 de domingo «que o incêndio se estava a desenvolver junto à estrada que liga Nabais a Folgosinho». «Às dez da noite um incêndio não começa espontaneamente, tem que haver alguém a deitá-lo», considerou.
Neste âmbito, disse ter «a convicção absoluta de que os incêndios têm na sua esmagadora maioria mão humana, às vezes negligente».
«Verificamos que quando se está no auge do combate a um incêndio ou quando os bombeiros já estão extenuados é que surge normalmente perto um outro incêndio», lamentou.
O governador civil lembrou que no domingo, durante toda a tarde, «os bombeiros andaram numa azáfama, completamente extenuados para acabar com o incêndio que havia, quer de um lado, quer do outro do Mondego, na zona da estação de Gouveia, Ribamondego e Arcozelo».
«Quando todos pensávamos que íamos ter uma noite descansada, às dez da noite começa outro incêndio. Parece que anda alguém a coordenar um conjunto de incêndios», considerou.
Santinho Pacheco admitiu que contribui também o facto de Gouveia ser «um concelho muito arborizado, da encosta da serra, e onde, como em outras regiões do país, os campos estão abandonados».
«Temperaturas tão elevadas, muito mato nos terrenos que não são cultivados, a desertificação do mundo rural e a mão criminosa que anda por aqui leva a que isto aconteça», referiu, acrescentando que o que vale é a dedicação dos bombeiros, «porque senão a situação era muito pior».
«Ninguém imagina o que é penetrar numa serra com declives tão grandes. Nós temos a sorte é de ter este grupo de bombeiros a que se juntam equipas muito preparadas, de sapadores, de canarinhos e da GNR», acrescentou.
TVI24
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