terça-feira, 11 de agosto de 2009

Técnicos de Ambulância Ponderam Greve de Zelo e Fim do Transporte de Doentes com Gripe A

Os técnicos de ambulância de emergência apresentarão em Setembro um pré-aviso de greve e poderão deixar de transportar os doentes com gripe A, se o Governo não avançar com a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Ricardo Rocha, disse esperar uma reposta da tutela durante esta semana.
Depois de o Ministério da Saúde ter anunciado publicamente o avanço da nova carreira, as negociações com o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) iniciaram-se em Janeiro e chegou-se a um acordo final em Junho, historiou Ricardo Rocha.
A proposta foi depois enviada para o ministério de Ana Jorge, mas o "secretário de Estado recuou e explicou que não pode de uma maneira e está a tentar por outra".
Entre as explicações está a "falta de resposta a tempo do Ministério das Finanças". "Eu já não acredito nisso, o que acho é que há falta de vontade política", considera o sindicalista, recordando que os técnicos de ambulância de emergência (TAE) asseguram 80 por cento do socorro nas principais cidades do país.
"Neste momento há 700 técnicos que estão ilegais a fazer socorro. Teoricamente, os técnicos não existem, nem como profissionais, nem como carreira", argumentou.
"Não estamos a pedir para ganhar mais, o que pedimos é para ter mais formação e competências para ajudar mais as pessoas", disse o presidente do sindicato, referindo que a ministra da Saúde "assinou o quadro de objectivos do INEM" de 2009, cujo segundo ponto é a criação da carreira de técnico de emergência pré-hospitalar.
Se continuarem sem resposta, os técnicos "não vão parar ambulâncias", mas farão uma greve de zelo, ainda sem data específica.
Entre as implicações do protesto podem estar o atraso na saída de ambulâncias e o transporte para os hospitais nos casos em que não esteja em causa a vida dos doentes.
Também ponderam deixar de fazer transporte de doentes com gripe A, já que esses serviços demoram, em média, duas horas e meia, pois implicam cuidados extra das equipas e até a desinfecção das viaturas.
"Se existem cinco ambulâncias e se duas ou três estão nesse transporte, quem vai salvaguardar o resto da população, em acidentes de viação, enfartes agudos e paragens cardio-respiratórias?", questionou.
Em resposta à Lusa, fonte da tutela referiu que o "trabalho com o sindicato está a decorrer" e que a criação da carreira de técnico de emergência pré-hospitalar é "um assunto com grande complexidade técnica e jurídica que exige auscultação de várias organizações de natureza profissional".
"O Ministério da Saúde confia no profissionalismo dos TAE e na sua consciência sobre o trabalho que desempenham em prol da saúde dos portugueses", frisou ainda.
Lusa

1 comentário:

  1. Como é possível tanta desumanidade e egoísmo da parte dos técnicos de ambulância? Queira Deus que nunca nenhum deles ou os seus familiares apanhem a Gripe A, aí vou ver se pegam numa ambulãncia ou vão de taxi ou carro particular.
    Que vergonha, isto é uma pura chantagem.
    Rita

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