A forma como o fogo evolui, o comportamento da combustão e as consequências que daí advêm são objecto de um levantamento que, nos últimos meses, está a ser realizado pelo adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco.
O trabalho de José Cruz, que não incide sobre a investigação das causas dos incêndios ou apuramento de áreas ardidas, começou por ser desenvolvido no concelho de Castelo Branco, mas foi alargado à área do distrito, por sugestão do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
"A ideia é perceber o comportamento do fogo e se o trabalho feito no combate foi o mais correcto.
Daqui tiramos informações que podem vir a ser úteis" noutras situações, explica José Cruz.
Existindo um histórico dos diversos incêndios, vão sendo retiradas ilações para, de futuro, poderem ser aplicadas em situações análogas, concretiza.
No terreno há que percorrer todo o perímetro queimado, tentar determinar a zona de origem da eclosão e seguir até à parte mais intensa da combustão.
Também se pode começar em qualquer outro ponto do terreno para, no final, se chegar à conclusão onde tudo teve o seu início e como o incêndio progrediu, adianta.
Segundo José Cruz, muitas vezes é difícil determinar o ponto exacto da ignição, mas a zona de início é sempre assinalada.
No terreno ardido, não há obstáculos, tem de se ver tudo e observar com "muitos olhos" e, por isso, saltam-se cercas e muros e atravessam-se linhas de água.
"Quando se faz um planeamento, este tem de estar sustentado em algo. Não estamos a fazer um trabalho científico, mas temos de perceber como o fogo se vai comportando", acrescenta José Cruz.
Por outro lado, o trabalho deste elemento do comando dos Voluntários de Castelo Branco tenta obter explicações sobre elementos concretos, como a existência de duas frentes de incêndio ou porque é que o fogo seguiu determinada direcção.
"Em situações semelhantes já temos comparativos", diz, embora frisando que não há dois fogos iguais. Feita a observação no terreno ardido vem o passo seguinte, com José Cruz a organizar um relatório que entrega ao CDOS, que faz a sua análise.
"O Comando Distrital retirará as suas ilações que verterá juntos dos comandantes dos diversos corpos de bombeiros, podendo desta forma transmitir alguns conhecimentos de que neste ou naquele incêndio o fogo teve este ou aquele comportamento" refere.
Todo este trabalho é definido, pelo CDOS de Castelo Branco como "uma análise feita à medida".
Fonte: DN
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