O relatório intercalar relativo ao acidente com um helicóptero na Serra da Estrela, elaborado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), aponta que o piloto «estava devidamente qualificado e era experiente em voo de montanha».
O relatório intercalar referente ao acidente de 13 de Junho, ficou concluído a 30 de Julho, mas sem apontar causas do sinistro. Todavia, fonte do GPIAA, em declarações à agência Lusa, informou que o processo de investigação «que culminará com o relatório final», ainda se encontra em fase de elaboração.
«O processo de investigação está em curso, não está concluído e não há previsão» para a sua conclusão, indicou a fonte, salientando que «mal [o relatório final] esteja elaborado, será homologado e irá para a página [do GPIAA na Internet] de imediato».
Relatório inconclusivo
O helicóptero, que estava a fazer filmagens aéreas ao serviço de uma produtora, caiu na tarde de 13 de Junho numa encosta do alto de S. Bento, na Serra da Estrela, a 1.700 metros de altitude, junto à Estrada Nacional 338 que liga Portela de Arão à Lagoa Comprida, no concelho de Seia, provocando dois feridos graves (realizador e operador de câmara), e um ligeiro (piloto).
O relatório intercalar, que foi elaborado pelo investigador António Alves, tem oito páginas e aborda aspectos como história de voo, danos na aeronave, no piloto e passageiros, local da ocorrência e sobrevivência, entre outros, mas não aponta causas nem é conclusivo.
Do relatório consta que o piloto, espanhol, 37 anos, «estava devidamente qualificado e era experiente em voo de montanha» e «estava consciente das condições de voo associadas às correntes verticais ao longo de vales e encostas e conhecia o fenómeno de perda de eficiência do rotor de cauda em determinadas circunstâncias».
É também referido que «toda a documentação» do aparelho «se encontrava devidamente actualizada e o helicóptero havia sido preparado para a missão».
Adianta ainda que no dia do acidente «pelas 15:35, as filmagens foram dadas por terminadas e o piloto informado para regressar à base».
«Nessa altura, o piloto puxou o manche atrás e iniciou uma volta pela direita, a subir. O helicóptero começou imediatamente a rodar para a direita, sem que fosse possível contrariá-lo com a actuação do pedal a fundo», descreve o relatório.
«Encontrando-se muito próximo do solo, o piloto não tinha possibilidade de ganhar velocidade, reduzindo a potência, para recuperar a eficiência do rotor de cauda. O helicóptero efectuou quatro voltas de 360º, sobre si mesmo, acabando por colidir violentamente com o terreno, sem que o piloto tivesse controlo do mesmo», acrescenta ainda.
De acordo com a investigação, o impacto do aparelho com o solo «foi muito violento» e a aeronave «sofreu danos substanciais na fuselagem, cone de cauda e rotor de cauda».
Lusa/IOL Diário
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