sábado, 14 de agosto de 2010

Autarcas e populares criticam coordenação de combate

A continuidade dos incêndios no concelho de Seia, na Serra da Estrela, e no Soajo, no Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), são os casos mais preocupantes que ocuparam os bombeiros na última noite. Na localidade de Valezim, o fogo esteve muito perto da povoação, o que motivou críticas dos populares. Já em Arcos de Valdevez, o presidente da Câmara reprova a actuação do Instituto de Conservação da Natureza.
"Estou a apontar responsabilidades a quem estrutura, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza (ICN)", que organiza a gestão do PNPG, aponta Francisco Araújo.

O autarca aponta a falta de recursos do director e dos técnicos do parque. "O parque não tem autonomia e o resultado está à vista. Ou seja, a gestão das áreas protegidas não pode ser feita de Lisboa. Não é possível fazer essa gestão", sublinha.

Francisco Araújo recorda que a zona foi afectada pelos incêndios há quatro anos. "As madeiras foram vendidas e o material lenhoso ficou aqui, o que tem agravado muito em termos de combustão, o incêndio propaga-se com enorme facilidade e com efeitos extremamente nefastos, como acabamos de ver", disse.

Um incêndio no PNPG, na localidade de Mezio, no concelho de Arcos de Valdevez, ainda está activo. O fogo está a ser combatido por 171 bombeiros.

O fogo também lavra muito perto do Soajo, apesar de controlado.

Autarca de Gouveia acusa falta de coordeanação

O incêndio no Parque Nacional da Serra da Estrela continua a causar preocupação. É combatido por cerca de 250 bombeiros.

Para o presidente da Câmara Municipal de Gouveia a coordenação do combate aos incêndios não está a funcionar devidamente.

Em declarações à repórter Carolina Ferreira, Álvaro Amaro acusa o Comando de não conhecer em concreto os pontos de fogo.

"Não se pode comandar quando não se sabe os pontos de fogo", dizia Álvaro Amaro, alertando para "estatística a mais e coordenação a menos". O autarca, que elogia a actuação dos bombeiros, nota que algumas operações de rescaldo não são feitas.

Fogo rondou casas em Valezim, Sabugeiro e Póvoa - Concelho de Seia,

Os habitantes da aldeia de Valezim viram arder habitações abandonadas e palheiros em locais mais afastados, o que suscitou críticas à coordenação do combate. Ainda assim, bombeiros e populares impediram as chamas de chegar a outras habitações.

A população criticou o que considera a actuação tardia dos bombeiros. Segundo um depoimento recolhidos pela RTP, durante a tarde de sexta-feira, os bombeiros assistiam quando a população apagava o fogo, tendo sido necessária a ameaça das habitações para que estes entrassem no combate.

Também no concelho de Seia, em Aldeia da Serra estão envolvidos no combate mais de 380 homens e dois meios aéreos.

Eram registados 21 incêndios activos às 10h de sábado, 11 dos quais a lavrar com intensidade. Desde a meia-noite foram registados 123 fogos.

RTP

2 comentários:

  1. Duas vezes que começou um incêndio em Lisboa - Belas e o CODIS de Lisboa colocou logo quase 200 bombeiros no local e passado 2 horas o incêndio estava Dominado. Nos outros lados não sei o que se passa? Mas é estranho.

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  2. Caro Senhor anónimo das 15:59:
    Comparar Lisboa que teve um incêndio em Belas e colocou lá 200 bombeiros, com Braga ou Viana que têm em média 30 ou mais incêndios em simultâneo, em zonas inacessíveis (quem conhece o PNPG sabe como é o terreno sabe do que falo) ..., será no minímo, desrespeito por quem comanda e por quem combate!
    Pergunto-me: se Lisboa tiver 30 incêndios em simultâneo, apesar da rede viária muito acima da média do país e seguramente séculos à frente das Serras do Gerês, Amarela, Soajo e Penêda), repito, pergunto-me se conseguem meter 200 bombeiros em cada ocorrência?
    Quanto ao ilustre Senhor Presidente da Câmara de Gouveia, como entidade máxima de Protecção Cuvil no Município (sim, no caso dele a Protecção Civil não é um caso dos outos: É DELE!), se achava que a coisa estava complicada e precisava de outro tipo de coordenação, porque razão não activou o Plano Municipal de Emergência e assumiu a Coordenação (não Comando) das Operações na área territorial do seu município. Não o fez porque assim é mais fácil. Mandam-se uns bitaites a quem anda desgastado com tantas horas de comando e de combate, fica-se bem na TV e os PRETINHOS é que são os BURROS!

    Meus Senhores: haja respeito por quem trabalha!

    Esse Senhor fala em casas em perigo: onde estiveram os serviços do município a obrigar os incumpridores a limpar os 50 metros de protecçãoào redor das habitações e os 100 metros em redor de aglomerados populacionais? Quantos autos levantados pela GNR por incumprimento deste pressupo, tiveram sequência na Câmara Municipal de Gouveia? Será que não foram todos arquivados, como acontece em muitos outros municípios?
    Quando o COS define uma estratégia, tenta posicionar os meios, e aparece um qualquer Vereador ou um qualquer Presidente da Câmara a gritar que a aldeia XPTO está em perigo e rodeada de chamas (porque esse mesmo vereador ou presidente da câmara não fez a sua obrigação de obrigara limpar as faixas, ou assumir a limpeza e apresentar a despesa aos proprietários), qual é a estratégia ou coordenação que resiste?
    E depois lá vão os bombeiros a toda a velocidade, sujeitos a acidentes, atacar em cima da linha de fogo, entalados pelas paredes ds habitações, pondo em perigo as suas vidas, por inoperância desses imcompetentes que são bons a aparecer na TV a criticar tudo e todos!
    Termino como comecei: Haja respeito por quem trabalha, seja quem COMANDA, seja quem COMBATE, seja da FORÇA A, seja da FORÇA B!

    Um bem haja a todos os que deram de si tudo, e muito mais de tudo, a tentar proteger o que alguns pseudo experts, sedentos de protagonismo nas TV's, não protegeram!

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