O bombeiro da corporação de Santa Maria da Feira, pai de uma menina de oito anos, foi despedido por ter ido a um incêndio.
A trabalhar como motorista na Cooperativa Agrícola de Santa Maria da Feira e São João da Madeira há quatro meses, o bombeiro conta o insólito:
"Saímos de madrugada, na quinta-feira, para um incêndio em Sever do Vouga e estava previsto a equipa de substituição chegar às 6 horas, mas atrasou-se e só veio às 8 horas.
Avisei o meu patrão, com antecedência, e quando me apresentei ao trabalho às 14 horas, barraram-me a entrada".
Atónito, procurou falar com o patrão: "Disse-me para nunca mais pôr lá os pés, que não queria mais bombeiros a trabalhar na empresa".
Sem saber o que fazer, Leonel Silva deslocou-se até ao Tribunal de Trabalho.
"Voltei à empresa com duas testemunhas, e aí o meu patrão já recuou na decisão e disse que eu podia voltar a trabalhar, mas que podia ficar dez anos na empresa que nunca iria receber um aumento e que me ia fazer a vida negra", relata Leonel Silva.
O CM tentou falar com o proprietário da empresa, mas não obteve resposta.
CM
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Por aqui uma vez mais se pode averiguar que tudo continua igual ou pior no mundo dos Bombeiros quando confrontados com o mundo de trabalhadores dependentes e para os senhores que defendem a classe não se passa nada, tudo vai estando na normalidade como vai dizendo o presidente da Liga, Duarte Caldeira... o que têm feito eles para combater estas situações, NADA!
Todos sabemos que a lei permite dispensar um trabalhador para préstimos de serviços de voluntariado (quando estes devidamente identificados e justificados) mas o facto é que estes casos acontecem ano após ano sempre que as Associações de Bombeiros recorrem aos seus homens para o combate a incêndios quer para os serviços de saúde.
Este caso não é isolado, infelizmente sucedem-se muitos idênticos pelo País fora, só que uns dão a cara à verdade e outros escondem-na para não sofrerem represálias, diria eu, "Climas de medo"!
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O *bombeirospontopt* acha pertinente fazer uma pergunta ao senhor empresário "X":
- Faria o mesmo se o Sr. Leonel estivesse a combater um incêndio na sua propriedade? ...na verdade, o *bombeirospontopt* acha que SIM mas depois do fogo estar extinto e o senhor que se segue "X" ter a salvo os seus interesses!
E assim continua o mundo dos Bombeiros, à margem de gente sem escrúpulos como os Srs. "X's" e distanciados "anos luz" dos que se dizem defender a classe dos Voluntários.
Gostei deste à parte "E assim continua o mundo dos Bombeiros, à margem de gente sem escrúpulos com os Srs. "X's" e distanciados "anos luz" dos que se dizem defender a classe dos Voluntários". Acho que o autor esteve bem!!!!!!!
ResponderEliminarO Duarte Caldeira já viu tempo de dar o lugar a outro com mais dinâmica e garra para a defesa dos bbombeiros. Um homem valente na à frente da liga e os bombeiros voluntários apoia-lo eramos o prato forte da ANPC.. assim somos a classe dos futuros extintos tal como o fogo que combatemos, pode demorar mas ele apaga-se!
É uma vergonha.......... isto é apenas um caso no meio de muitas dezenas que acontecem em portugal.
ResponderEliminarSõ precisam dos bombeiros quando têm o rabo apertado e depois no caso de nao sereem eles a necessitar metem na rua os pobres bombeiros.... isto vai mesmo bem, mesmo muita bem. :-)
Que pouco vergonha!
Haja alguém que nos livre diisto!
Analisada a noticia, que não diz tudo, mas é clara, trata-se de mais um caso exemplar da falta de legislação que proteja os Bombeiros Voluntários deste País mas que têm contra si o famoso Código de Trabalho da autoria do sr. Bagão Félix com versão melhorada, a favor dos patrões, pelo sr. Vieira da Silva. Claro que o patrão, para além do mais tudo indica que seja uma Cooperativa, se tomou a atitude da forma como a noticia relata foi no mínimo insensível às funções de um seu empregado enquanto Bombeiro Voluntário. Claro que a forma não terá sido a mais indicada e talvez por isso o tiro lhe salte pela culatra em Tribunal. Mas quem fica sempre mal é o Bombeiro só por ser Bombeiro. Claro que se o trabalho feito pelos Srs. acima indicados,o tal Código do Trabalho, tivesse passado por um crivo dum Ministro da Administração Interna conhecedor das realidades, talvez a lei tivesse beneficiado de algum artigo ou alguma alínea que pudesse prever e prevenir estas situações. Mas este sr ministro soube criar leis que obrigam, por exemplo, os voluntários a cumprir 275 horas por ano para poderem continuar a ser bombeiros para apagar fogos, para socorrer acidentes ou vitimas de doenças súbitas, para socorrer náufragos e todas as outras missões de socorro, caso contrário não fazem falta. Por outro lado, se os Bombeiros tivessem um Estatuto Social do Bombeiro como deve ser, tudo isto seria evitado. Nesse Estatuto, e não pode ser de outra maneira, os Bombeiros que tem deveres, devem também ter ali os seus direitos consagrados. Mas as entidades patronais também devem beneficiar de contrapartidas por terem bombeiros ao seu serviço. Porque é que esta filosofia não anda? Responda quem souber.
ResponderEliminarEste é mais um pequeno exemplo, de entre muitos, como o futuro dos bombeiros é negro. E há gente, de forma ingénua ou maldosa, que ainda pensa que o País pode dispensar os Bombeiros Voluntários. Essas pessoas devem abrir os olhos e os ouvidos, pensarem e meditarem nos disparates que andam a conjecturar para prejudicar as actividades dos Bombeiros e prejudicar ainda mais o país. Digam o que disserem. Façam o que fizerem. Não são os Canarinhos e muito menos os GIPS que um dia poderão substituir os Bombeiros. E por falar nisso, quanto é que estas Forças Especiais custam ao País e quanto é que custam os Bombeiros. Mas cuidado com as contas. Elas têm que ser transparentes para que os números não enganem os ingénuos.
Curvemo-nos respeitosamente em memória dos três bombeiros de Esposende que hoje morreram em serviço.