O número de pessoas presas por fogo posto mais do que triplicou em relação ao ano passado, atingindo um total de 91 detidos, segundo dados fornecidos pela Polícia Judiciária (PJ).
Até ao dia 14 de Outubro, de acordo com o Gabinete Permanente de Acompanhamento e Apoio aos Fogos (GPAA) da PJ, foram detidas 45 pessoas por incêndio florestal e 46 por fogos urbanos. Em 2008, durante o mesmo período, tinham sido detidas 27 pessoas (10 por incêndio florestal e 17 por fogos urbanos).
A PJ registou igualmente uma subida das ocorrências de incêndios florestais de origem suspeita (de 2038 para 2734), bem como do número de inquéritos abertos (de 1086 para 1647)."Os dados deste ano, por serem muito gravosos, carecem de um estudo mais detalhado para percebermos o que justifica este elevado número de detenções", declarou à Lusa. Duarte Caldeira sublinhou que "é preciso saber qual o móbil do crime" e acrescentou que o aumento comprova também a eficácia das forças policiais.
A relevância dos factores humanos no aumento da área ardida este ano (seis vezes mais do que no ano passado) já foi evidenciada pelos responsáveis da protecção civil.
Num balanço sobre os incêndios florestais ocorridos até 30 de Setembro, o comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Gil Martins, destacou a elevada percentagem de fogos (40 por cento) que começaram durante a noite, em Agosto e Setembro.A negligência foi o principal factor humano associado aos fogos (41 por cento), seguindo-se os incêndios intencionais (28 por cento).
Do número total de detidos este ano, 21 ficaram em prisão preventiva, 15 dos quais por fogos florestais, indicou a PJ.
As Directorias do Norte e do Centro da PJ foram responsáveis pelo maior número de detenções no que respeita aos incêndios em florestas (15 e 12, respectivamente). Quanto aos fogos urbanos, a maior parte das detenções foram feitas pelas Directorias de Lisboa e Vale do Tejo (21) e do Norte.
Público
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