segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bombeiros Voluntários de Setúbal Lamentam Pouco Apoio do Estado

Os Bombeiros Voluntários de Setúbal lamentam que “não haja mais apoio” por parte do Estado. José Luís Bucho, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal (AHBVS), que celebrou 126 anos de existência, refere que têm perguntado à administração central quando serão abertas novas candidaturas para a aquisição de material, mas que esta “nunca sabe quando”.
Além disso, quando há candidaturas abertas, essas “já estão comprometidas”. No entanto, apesar de sublinhar que o material e o equipamento “nunca é suficiente”, José Luís Bucho realça que os voluntários de Setúbal “renovaram praticamente toda a frota em dois anos”.
José Luís Bucho lembra que, desde que o plano nacional de reequipamento de bombeiros terminou, que os critérios de atribuição de novo equipamento são “desconhecidos”. Por isso, ironiza ao referir que não sabe se é “pela cor do cabelo do presidente ou pela altura do comandante” que o equipamento é distribuído, sublinhando que apenas “gostava de conhecer os critérios”.

Assim, o “reforço da capacidade operacional” da AHBVS foi feito com a aquisição de “uma série de equipamentos de apoio e protecção individual ou com um novo veículo de combate a incêndios florestais”. Contudo, José Luís Bucho destaca que esta estratégica é feita em “complementaridade com os bombeiros sapadores de Setúbal, para não haver duplicação” de esforços.
Assim, o presidente da AHBVS aponta “uma série de equipamentos” dos quais o concelho continua “carente”, nomeadamente mais um carro de comunicação, uma viatura de desencarceramento de pesados, ou a necessidade de ter mais capacidade de transporte de água.

Em relação aos meios humanos, José Luís Bucho revela que os números estão “dentro dos quadros de aprovados”, que são de 82 elementos e que está “quase completo”. No entanto, realça que é “bom vir sempre mais gente”, até porque os bombeiros voluntários estão “sempre abertos a mais inscrições”.
Apesar de actualmente estarem a “chegar mais jovens com habilitação superior”, o presidente da AHBVS aponta que “a franja entre os 25 e os 40 anos não chegam aos bombeiros”, o que pode ser o “reflexo” da sociedade actual, em que “a solidariedade não tem andado no topo das prioridades da população”.

Em relação à polémica que surgiu após a sua tomada de posse como presidente da AHBVS e com a posterior saída de José Picoto, então comandante dos bombeiros voluntários, José Luís Bucho garante que está tudo resolvido, considerando que foi um processo “natural”. “Sempre que há mudanças em qualquer organização, há quem as aceite e quem não as aceite”, acrescenta.
Quanto ao futuro da AHBVS, o presidente destaca que o objectivo passa por “continuar a manter o corpo operacional e equipado, para a cumprir a sua missão de forma eficaz”, revelando que existem ideias para vários projectos, “alguns em via de concretização”, mas que prefere não adiantar muito sobre eles porque “o segredo é a alma do negócio”.
Setúbal na Rede

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