Agressores acabam muitas vezes por pedir desculpas que são aceites pelos soldados da paz.
A maioria dos bombeiros das corporações da nossa região que são alvo de agressões durante o exercício das suas funções opta por desistir mais tarde da queixa judicial inviabilizando que os agressores sejam punidos. Nos últimos dois anos ocorreram diversas situações de agressões a bombeiros em Tomar, Abrantes, Almeirim e Alverca do Ribatejo mas segundo conseguimos apurar apenas dois destes episódios (Pego e Almeirim) vão seguir para a barra dos tribunais.
Os dois socorristas dos Bombeiros Voluntários de Alverca do Ribatejo, que foram agredidos na manhã de 17 de Outubro de 2008, quando tentaram evitar o suicídio de um homem que ameaçava atirar-se a um poço desistiram de accionar queixa. Dília Coelho e Paulo Martins sofreram hematomas, equimoses e traumatismos. Foram assistidos no hospital de Vila Franca de Xira e tiveram alta horas depois. Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Alverca do Ribatejo, Alberto Fernandes, na altura foi formalizada acusação às autoridades mas mais tarde, e após o pedido de desculpas do agressor, os operacionais optaram por não apresentar queixa.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém, Adelino Gomes, confirmou a O MIRANTE que a maioria dos bombeiros que são alvo de agressões acaba por desculpar os agressores uma vez que entende que estes actos são praticados numa situação em que os ânimos se encontram exaltados. “Os bombeiros sabem que as pessoas não praticam estes actos por maldade e quase todos pedem desculpa mais tarde, presencialmente ou por escrito, que acabam por ser aceites”, aponta o responsável. De acordo com Adelino Gomes apenas os casos de agressões mais graves, que envolvem internamento hospitalar e acarretam custos conhecem desenvolvimentos judiciais.
Como é o caso de agressões cometidas contra três socorristas dos Bombeiros Municipais de Abrantes, a 1 de Janeiro de 2009. Os três Soldados da Paz deslocaram-se ao Pego na ambulância do INEM para socorrer um homem que estava caído junto à EN 118. Dois homens que estavam no local agrediram os socorristas com murros e pontapés alegando que o socorro tinha demorado muito tempo a chegar. A ambulância foi danificada com pedras e ficou com um vidro partido. A Câmara de Abrantes deliberou apresentar queixa junto do Ministério Público.Já os elementos da mesma corporação que foram agredidos a 18 de Abril de 2008 em Vale de Rãs pelos familiares de um idoso que acabou por falecer a caminho do Hospital de Abrantes, optaram por desistir da queixa mesmo depois da autarquia ter manifestado a sua intenção de actuar junto do Ministério Público.
Procedimento igual tiveram os dois bombeiros que foram agredidos em Tomar, na madrugada de 5 de Dezembro de 2008, quando combatiam um fogo no bairro do Flecheiro em Tomar e que provocou a morte de um dos moradores de uma barraca. Apesar de prestarem declarações na polícia nenhum deles quis avançar com queixa, nestes casos em concreto por temerem sofrer mais represálias.
Final diferente vai ter o caso que se registou em Julho em Paço dos Negros, freguesia de Fazendas de Almeirim, durante uma prova de supercross. Elementos da corporação que estavam de serviço na iniciativa, foram alvo de agressões e injúrias. A situação ocorreu quase no final da iniciativa, quando um elemento de uma equipa pretendeu entrar à força no posto médico onde estava a ser assistido um piloto. Segundo apurámos, o caso vai mesmo ser julgado no Tribunal de Almeirim.
Recorde-se que o Governo aprovou a 3 de Setembro um decreto que pretende reforçar o patrocínio judiciário por parte do Estado aos bombeiros ofendidos ou agredidos no âmbito do exercício das suas funções profissionais. A medida foi anunciada no final do Conselho de Ministros, pelo titular da pasta da Presidência, Pedro Silva Pereira, que referiu que esse auxílio judiciário aplica-se aos processos judiciais em que os bombeiros sejam demandados ou demandantes.
Recorde-se que o Governo aprovou a 3 de Setembro um decreto que pretende reforçar o patrocínio judiciário por parte do Estado aos bombeiros ofendidos ou agredidos no âmbito do exercício das suas funções profissionais.
Fonte: http://portuga-coruche.blogs.sapo.pt/226494.html - (in bombeirosparasempre)
é uma vergonha, quando dentro da nossa classe de bombeiros não temos união fora dela teremos o quê?
ResponderEliminargozam com a cara dos bombeiros portugueses a olhos vistos.. simplesmente uma vergonha caros colegas bombeiros.. o receio de fazer o que está certo ficando-se pela cobardia é fazer com que amanhã seja diferente.. sois uma vergonha caros colegas, sois a vergolha da classe dos voluntários..
gozam connosco a olhos vistos; sinto-me envergonhado de pertencer a classe onde vos sois também pertences
Julgo que os bombeiros deviam levar as queixas até as ultimas consequências.
ResponderEliminarNão podemos esquecer que as queixas podem vir directamente dos próprios bombeiros, como pessoas agredidas ou pela própria associação do corpo de bombeiros.
Julgo que uma agressão ao um bombeiro devia ser considerada crime público.