O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, acusou, na semana passada,
"alguns elementos da GNR" de "tratarem os bombeiros como pirómanos" ao se oporem a acções de contra-fogo no combate a incêndios como se de fogo posto se tratasse.
"alguns elementos da GNR" de "tratarem os bombeiros como pirómanos" ao se oporem a acções de contra-fogo no combate a incêndios como se de fogo posto se tratasse.
A situação tem originado conflitos como o que aconteceu a 24 de Setembro num incêndio em Vimioso, Bragança, em que, enquanto as chamas lavravam, bombeiros e GNR discutiam a legitimidade do uso do fogo no combate.
Para Duarte Caldeira, a "situação é lamentável por envolver profissionais do mesmo ofício", ambos agentes da Protecção Civil e do dispositivo de combate a incêndios.
Em causa está a actuação de alguns elementos dos GIPS, os grupos de intervenção, de protecção e socorro, da GNR que, segundo o presidente da liga, "a coberto da lei, tratam os bombeiros como marginais pirómanos".
Adiantou ainda que as situações de conflito têm ocorrido com maior frequência em Trás-os-Montes, onde no dia 24 de Setembro, dois bombeiros, o segundo comandante e o chefe de equipa da corporação de Vimioso, foram identificados pelo GIPS por estarem a realizar uma acção vulgarmente conhecida por "contra-fogo".
O comandante da corporação, João Noel, disse à Lusa que os bombeiros agiram dentro da lei que "seria caricato se fossem acusados de fogo posto" por uma situação que atribui "a excesso de zelo e não cumprimento do que está estabelecido por parte dos GIPS".
Técnica usada a título excepcional A técnica do uso do fogo para supressão do incêndio faz parte dos manuais dos bombeiros e é aprendida na escola nacional onde recebem formação.
A lei geral proíbe o uso do fogo, sobretudo na época crítica de incêndios, mas uma directiva da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), de Abril de 2009, ressalva a técnica usado pelos bombeiros.
A norma autoriza o recurso a métodos de combate indirecto, através, entre outros meios, "da utilização coordenada de fogo de supressão, sob a responsabilidade de técnico credenciado para o efeito pela Autoridade Florestal Nacional ou, após autorização expressa da estrutura de comando da ANPC".
Porém, para o presidente da Liga, Duarte Caldeira, o problema reside na legislação e em concreto no "regulamento técnico do uso do fogo que foi feito não distinguindo os bombeiros dos que utilizam o fogo de forma indevida".
Legislação dúbia Duarte Caldeira atribui "ao carácter dúbio da legislação" e "à atitude de precipitação ou exorbitação de autoridade" dos GIPS a inclusão da técnica do contra fogo na proibição do uso indevido de fogo e a sua equiparação a uma acção de fogo posto.
O presidente da Liga defende que "urge tomar medidas" e disse que já comunicou ao presidente da ANPC que, ainda esta semana, lhe fará chegar por escrito o relato dos incidentes, pedindo "as melhores diligências no sentido de obstar a que continuem a ocorrer situações destas".
Para Duarte Caldeira, a ANPC e o comando Geral da GNR "têm de, entre si, definir procedimentos".
A Lusa contactou a ANPC que remeteu o caso para o Comando Geral da GNR.
O órgão que tutela os GIPS solicitou que as questões fossem apresentadas por escrito sem que, até ao momento, tenha respondido às mesmas.
Lusa
Parabéns ao autor do blog, gostei da forma como a foto foi escolhida e está preceito, os GIP'S/GNR na boa, o Duarte na maior e o pobre do "Zé" bombeiro, muito provavelmente super cansado, vê-se sozinho e cheio de desalento aguardando pelos “Zés” que o desprezam na classe de simples bombeiro voluntário… tinha mais para dizer mas a falta de tempo não mo permite.
ResponderEliminarCmpmnts
Pelo que se conta, que os bombeiros em questão foram levados pelos elementos de autoridade algemados, como simples delinquentes se tratassem, e também é verdade se tentou encobrira esse episódio da opinião pública, como aconteceu com outros casos envolvendo os elementos dos GIPS e dos Bombeiros.
ResponderEliminarEsta mais que provado que vai ser difícil manter a união entre as duas entidades, e quem criou o problema em permitir a entrada da GNR no DECIF vai ter que resolve-lo, porque as coisas tem se agravado de ano após ano, e os bombeiros não se vão calar nem se submeter a esses senhores, e um dia desses as coisas vão se complicar ainda mais.