domingo, 21 de novembro de 2010

Empresa de Meios Aéreos teve prejuízo de 7,6 milhões de euros e injecção de capital em 2008. Aparelhos vão ser usados na cimeira da NATO

Criada para gerir a frota do Estado, a Empresa de Meios Aéreos (EMA) não conseguiu descolar das dificuldades financeiras. Em 2008 teve 7,6 milhões de euros de prejuízo e só uma injecção de 12 milhões, para reforço do capital social, evitou maiores sobressaltos. As contas de 2009 não estão ainda aprovadas, justificação dada pela empresa e pela tutela para não revelarem qualquer pormenor sobre os resultados do ano passado.

O relatório de 2008, a que o i teve acesso depois de pedidos insistentes, é claro quanto à inviabilidade da empresa pública, se não aumentar o investimento por parte do Ministério da Administração Interna (MAI). O Estado, accionista único da EMA, "tem a obrigação de assegurar os meios financeiros correspondentes aos encargos a suportar com as missões atribuídas à empresa, para que não seja comprometida a sua sustentabilidade, situação que não se conseguiu atingir no ano transacto".

Como a única fonte de receitas da empresa é a prestação de serviços a organismos tutelados pelo MAI, foram contratualizadas horas de voo utilizadas em missões de segurança e protecção civil. Esta semana, na cimeira da NATO, serão operados aparelhos desta frota. GNR, PSP, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) têm de suportar todas as despesas dos helicópteros e da própria EMA, englobando a manutenção programada e não programada das nove aeronaves, o combustível para as missões e exercícios de treino, os encargos com o pessoal e os restantes custos de estrutura.

GNR e PSP pagaram, nos termos do acordo de prestação de serviços de 2008, um milhão de euros (a que acresce IVA) por um total de 185 horas de voo, enquanto o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contratualizou um milhão e meio de euros e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária dois milhões. Horas adicionais de voo são pagas à parte e, deste pacote, horas não voadas não podem ser deduzidas. Em 2008, apenas a GNR atingiu uma percentagem elevada do potencial de voo (71,4%), enquanto a ANSR utilizou apenas uma hora e 20 minutos de serviços. Quarenta e quatro por cento do total de tempo de serviço aéreo da empresa foi destinado a treino.

No que respeita à missão prioritária da empresa, a gestão do dispositivo de combate a incêndios, é todos os anos aprovado em Conselho de Ministros um montante para garantir as verbas necessárias. Um dos argumentos para a compra de helicópteros, quando António Costa era ministro da Administração Interna, foi tornar mais barata a operação nos incêndios. O que acabou por não acontecer. Em 2008, primeiro ano de utilização dos meios próprios, foi batido o recorde de gastos com aeronaves - 44 milhões de euros, 16 dos quais para pagar aos nove helis do Estado e os restantes para suportar o aluguer de 47 aeronaves. Um custo que o relatório e contas reconhece como "custo de oportunidade" a suportar pela disponibilidade permanente de um dispositivo mínimo que garanta resposta a todo o momento.

Para 2009, o contrato-quadro da empresa com o Estado previa uma subida de 22,8 para 28,6 milhões de euros. Mesmo assim, a administração encarava o ano de 2009 "com alguma reserva de que, no médio prazo, a EMA reúna as condições para garantir a sustentabilidade económica e financeira".

Além dos custos com pessoal, a manutenção dos helicópteros absorve uma fatia significativa - 12,8 milhões de euros em 2008. Outras transacções relevantes dizem respeito à aquisição de seguros (1,7 milhões) e à compra de combustível, que no mesmo ano atingiu 1,1 milhões.

ionline

1 comentário:

  1. É uma boa notícia publicada por uma espécie de Jornal (I), aliás, não é um Jornal, é um pasquim.
    O mesmo que publicou no mes passado que o orçamento seria chumbado e o Governo caia dia 29 de Outubro... enfim.

    Perguntem aos senhores das empresas privadas quanto é que se pagava para ter cá helicópteros pesados nas campanhas de incêndios. Claro que dirão que era um terço ou metade. Pura Mentira! e que capacidade tinham de carga de água e se faziam busca e salvamento e patrulhamento ou evacuação de sinistrados... Pois...

    E porque é que uma empresa destas tem que dar lucro? Agora já se transporta passageiros com bilhete? Uma operação de interesse nacional tem que dar lucro? desde quando?
    Muita azia da parte do senhor Silveira de Heliportugal que sempre pensou que a EMA nao dava em nada e que os kamov e b3 ficavam para ele. O mesmo senhor que encomendou juntamente este mesmo discurso com a ANPC ao triste do Marques Mendes na TVI24.

    Tenham juizinho. Os Kamov e B3 fazem um trabalho excelente e mais uma vez este verão provaram-no, bem como já provaram cá e Em Espanha ao serviço do SEF no patrulhamento de fronteiras e missões de busca e salvamento, polícia, transito e tudo o mais.
    O que existe é muita gente que nao pode nem consegue conviver com isto. Mas paciencia...

    Até nos valores da aquisição dos meios e do suposto "prejuízo" meteram os pés coitados.

    Façam jornalismo sério e construam a sua própria credibilidade.

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