sábado, 6 de novembro de 2010

Depois dos incêndios é preciso abrir as portas para o futuro

O distrito da Guarda foi bastante fustigado pelos incêndios no último Verão. D. Manuel Felício, bispo local, lamenta esta situação porque “infelizmente a Guarda aparece no top só por estas razões que não nos convêm”.

Com a entrada na época outonal e o aparecimento das primeiras chuvas é tempo de fazer balanços e ajudar os que sofreram as consequências das chamas. O Bispo da Guarda garante que “muitas pessoas ficaram sem os rebanhos”.

Para atenuar este problema foi feita uma parceria – com o Governo Civil e várias instituições onde está incluída a Cáritas diocesana – para ajudar as pessoas que ficaram “sem meios e lhes permitam ter as portas abertas para o futuro”.

Comparando com os tempos de outrora, D. Manuel Felício sublinha que “existem menos pessoas a viver da terra e dos rebanhos”, mas mesmo esses “precisam do nosso apoio”. No Verão de 2009, a diocese viveu “um flagelo igual”. São situações como estas que “deixam as pessoas desanimadas”.

Após os incêndios aparecem sempre as promessas de ajuda. No entanto, “o ano passado tivemos promessas governamentais que não se realizaram”. E acentua: “os terrenos continuam abandonados e não têm uma única árvore plantada”.

O bispo da Guarda apela também ao desenvolvimento sustentável. “Não pode haver desenvolvimento verdadeiro sem a pessoa, sem a comunidade e sem a relação com a natureza”.

Ao nível da pastoral, a diocese pretende desencadear algumas acções que permitam alterar o rumo dos acontecimentos. “Foi lançada uma parceria com o outro lado da raia, para serem lançadas 150 mil cabras na zona raiana para que estas limpem os terrenos” – disse o prelado.

Na região da Guarda, o número de escolas encerradas também merece um comentário de D. Manuel Felício. “Nesta hora de crise, o maior drama não é a economia, mas o do abandono escolar”.

E finaliza: “fechar uma escola numa terra é antecipar o fecho dessa mesma terra”. Se nalguns casos era “inviável manter as escolas abertas, noutros casos isso não sucede” – lamenta o bispo da Guarda. E finaliza: “é a morte antecipada de muitas aldeias”.

AEcclésia

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